C&A registra fluxo de caixa livre negativo mas volta a abrir lojas

Dívida ainda pesa, mas C&A reduz alavancagem

O endividamento ainda representa um desafio para o balanço da C&A, porém a empresa tem se dedicado a melhorar sua situação, aprimorando seus indicadores e reduzindo sua alavancagem. Essas medidas têm impactado diretamente no valor das ações da empresa. Agora, a varejista de moda está olhando para o futuro com mais otimismo e mudou sua abordagem: não está mais cortando investimentos e retomou a abertura de novas lojas.

Durante este trimestre, a C&A inaugurou duas novas lojas, uma em Barretos (SP) e outra em Itajaí (SC), porém essas aberturas não estão refletidas no balanço divulgado na quinta-feira (10).

O CEO, Paulo Correa, indicou que mais unidades serão abertas no terceiro trimestre, embora não tenha especificado quantas nem onde. Ele evitou fornecer uma previsão para 2024 e 2025, mas mencionou que o ritmo de inaugurações de novas lojas deve se intensificar em 2025. No ano de 2023, a empresa abriu apenas quatro unidades ao longo do ano.

No primeiro trimestre, os investimentos da C&A sofreram uma queda de 32%, passando de R$ 49,8 milhões no ano anterior para R$ 33,7 milhões no atual. Os gastos com as lojas totalizaram apenas R$ 9 milhões, sendo R$ 5 milhões destinados a inaugurações e R$ 4 milhões a reformas e remodelagens.

A maior parte dos investimentos, novamente, foi direcionada para a área digital e tecnologia, totalizando R$ 24,8 milhões. No entanto, o CEO minimizou esses números, atribuindo-os à sazonalidade do trimestre, destacando que o início do ano é tradicionalmente mais desafiador.

A C&A ainda registra um fluxo de caixa livre negativo com a Selic em dois dígitos. É verdade que a queima de caixa diminuiu 56% neste trimestre, de R$ 216 milhões no começo do ano passado para R$ 96 milhões agora, e que a dívida líquida caiu 30% na comparação anual, de R$ 1,504 bilhão para R$ 1,045 bilhão.

A C&A possui um total de R$ 1,203 bilhão em caixa, equivalentes de caixa e aplicações financeiras. Entretanto, enfrenta um desafio significativo com dívidas bancárias, totalizando R$ 1,126 bilhão, que precisam ser amortizadas até o final de 2025, sendo R$ 460 milhões neste ano e R$ 666 milhões no próximo.

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