A Amazônia Agroflorestal, empresa responsável pela comercialização e assessoria técnica do Café Apuí Agroflorestal, foi selecionada entre as 100 principais startups de sustentabilidade do mundo para 2025 pela rede global We Make Change. A premiação inclui projetos voltados à regeneração ambiental e fortalecimento de comunidades locais. A seleção foi feita entre centenas de iniciativas internacionais.
Em Apuí, o plantio das novas lavouras foi finalizado dentro do projeto que integra sistemas agroflorestais com a espécie Coffea canephora (conilon). A iniciativa utiliza a genética dos Robustas Amazônicos, conhecida pela resistência e qualidade, e prevê aumento da renda da agricultura familiar por meio da produção do café Robusta, com potencial de crescimento de até 70%.
O Café Apuí Agroflorestal é o primeiro café 100% robusto orgânico cultivado em agrofloresta da Amazônia. O método promove o plantio sombreado entre árvores nativas. A iniciativa, criada pelo Idesam, foi implantada com agricultores que haviam abandonado o cultivo tradicional. Até 2024, o projeto plantou mais de 120 mil mudas de espécies nativas, restaurando 265,5 hectares e conservando outros 10,7mil. A produção total já soma mais de 131 toneladas de café, envolvendo 134 famílias.
A consultoria de qualidade concluída recentemente capacitou produtores para alcançar notas sensoriais superiores a 80 pontos, habilitando-os para participar de concursos e feiras nacionais de cafés especiais. No primeiro ciclo, um produtor de Apuí foi classificado entre os 30 melhores cafés do Brasil, representando o estado do Amazonas, no Coffee of The Year (COY).
De acordo com Poliana Perrut, consultora do Idesam: “O trabalho foca no aumento da produtividade e na melhoria da qualidade da bebida, com manejo técnico e colheita cuidadosa. O sistema agroflorestal contribui para a sustentabilidade ambiental e para o retorno econômico dos agricultores”.
Segundo a Associação Nacional dos Produtores de Conilon e Robusta (Anapec), o robusta amazônico reúne atributos de resiliência climática, qualidade sensorial e produção regenerativa. A inclusão da Amazônia Agroflorestal entre as startups selecionadas pela We Make Change amplia a visibilidade da produção da região.
Para a próxima safra, está prevista a ampliação do número de famílias envolvidas na produção de cafés especiais, com meta de chegar a pelo menos 30 produtores capacitados. O projeto também prevê maior participação de mulheres e jovens no campo.