Os preços do café arábica registraram uma alta significativa de 6,5% na semana na bolsa ICE, impulsionados pela queda contínua dos estoques certificados e pelas previsões climáticas instáveis no Brasil, maior produtor global da commodity.
Nesta sexta-feira, os futuros do arábica subiram 3,65 centavos de dólar (0,9%), fechando a US$ 3,9745 por libra-peso. A cotação tem sido sustentada, sobretudo, pela rápida redução dos estoques certificados na ICE, que atingiram o nível mais baixo em um ano e meio — fator que tem pressionado os preços para cima.
O cenário político também adiciona um elemento de incerteza. Autoridades do Brasil e dos Estados Unidos tiveram conversas comerciais na quinta-feira, consideradas positivas por ambos os lados, e concordaram em buscar um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Uma eventual revisão da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre importações brasileiras — incluindo o café — poderia, contudo, exercer pressão de baixa sobre os preços do arábica, caso a medida seja implementada.
Enquanto o arábica avançou, o café robusta seguiu o caminho oposto, caindo 1%, para US$ 4.478 por tonelada. No mercado de adoçantes, os futuros do açúcar bruto recuaram 0,3 centavo de dólar (1,9%), fechando a 15,50 centavos de dólar por libra-peso. Na semana, a queda acumulada foi de 3,7%. O açúcar branco também apresentou baixa de 0,4%, cotado a US$ 439,00 por tonelada.
Segundo a consultoria CovrigAnalytics, a pressão sobre os preços do açúcar decorre de múltiplos fatores globais, incluindo a redução das importações do Paquistão, o aumento da oferta exportável da Europa, a menor demanda global e o maior volume de vendas da América Central.