O número de veículos híbridos e elétricos têm aumentado pelo País, com recordes de vendas registrados em 2024. segundo o estudo “Jornada de Compra de Veículos Eletrificados no Brasil”, elaborado pela Dados X para a Abeifa, o país deve ter um crescimento ainda mais acelerado neste segmento a partir do final de 2026 e início de 2027, superando 1 milhão de eletrificados, e a tendência é que o mercado de EVs siga crescendo até 2030.
Com estes dados promissores, as empresas do setor estão de olho não só nas vendas, mas nas necessidade de avanço em termos de infraestrutura e segurança no carregamento na mesma velocidade, a fim de ofertar o melhor custo-benefício e pós-vendas aos usuários. Isso porque, em países desenvolvidos como a China, este futuro já se faz presente. O Salão de Xangai 2025, que aconteceu de 23 de abril a 2 de maio, reafirmou a liderança chinesa no desenvolvimento e produção de veículos elétricos, com lançamentos de modelos de alta tecnologia e sistemas de carregamento rápido.
“A metrópole de Xangai, que é maior que São Paulo, torna-se um verdadeiro vislumbre do futuro, onde o silêncio predomina devido à presença massiva de carros elétricos”, relata Thiago Castilha – diretor da empresa de carregadores E-Wolf. O especialista descreve a experiência como uma ‘viagem para o futuro silencioso’, com a poluição sonora e a fumaça visivelmente reduzidas. “Tal cenário destaca a inovação tecnológica, onde não só os híbridos e elétricos têm espaço, mas os anfíbios (que se locomovem tanto na terra quanto na água), o que representa um grande passo para o futuro”, afirma.
Enquanto a China opera um ecossistema completo, amparado por incentivos estatais, políticas fiscais favoráveis e ampla rede de recarga, o Brasil ainda dá os primeiros passos, com adoções pontuais, principalmente em centros urbanos. Contudo, o crescimento nas vendas e o interesse de empresas do setor indicam um futuro promissor.
O cenário chinês, apresentado através de contrastes e inovações, demonstra a possibilidade de integrar sustentabilidade com viabilidade econômica. As discussões, permeadas por provocações e insights sobre a indústria automotiva, inspiram novos rumos para a infraestrutura de EVs e conscientização ambiental em outros países como o Brasil.
“Quando comparamos o mercado de EVs entre Brasil e China, líder global na produção e venda de veículos elétricos, vemos que os chineses possuem um ecossistema robusto suportado por políticas governamentais favoráveis e uma infraestrutura de carregamento ampla e crescente. Em contraste, o Brasil ainda está em estágios iniciais, com progressos pontuais na adoção de EVs e na infraestrutura, mas um potencial enorme em função do crescente interesse e investimentos no setor“, pontua Castilha
Com este futuro silencioso em vista, o progresso em novas tecnologias, especialmente de carregadores, vem avançando rapidamente. Parcerias entre empresas de tecnologia e montadoras chinesas, como é o caso da E-Wolf com a BYD, que estão trazendo carregadores mais eficientes capazes de carregar em tão pouco tempo quanto se abasteceria um carro convencional.
A última revolução apresentada durante o evento em Xangai foi a de um carregador capaz de carregar 400 km em apenas 5 minutos. Com o objetivo de trazer essa tecnologia para o Brasil, o desafio se concentra na infraestrutura, enquanto empresas se posicionam para atender à nova demanda e ampliar a reciclagem de materiais torna-se essencial, reduzindo custos e impactos ambientais.
De acordo com Castilha, o futuro do setor automotivo está se tornando eletrificado, com veículos que não só reduzem emissões, mas também oferecem conveniência sem precedentes aos usuários. “Com carregadores de cinco minutos, o medo da autonomia perde força. O futuro será rápido, sustentável e eclético – ou seja, com cada vez mais opções aos consumidores. É cedo para dizer quem serão os destaques, mas sem dúvidas serão as marcas que conseguirem oferecer as melhores e mais variadas opções”, explica.
Além da recarga rápida, outro pilar da expansão da mobilidade elétrica será a economia circular. A logística reversa de baterias e a ampliação da reciclagem de componentes eletrônicos serão fundamentais para reduzir custos, minimizar impactos ambientais e aumentar a competitividade dos elétricos frente aos modelos a combustão. “À medida que tanto o Brasil quanto a China continuam a investir nesse mercado, a mobilidade sustentável se torna mais acessível, transformando o panorama global e trazendo benefícios significativos para a economia e o meio ambiente“, conclui.