Nesta terça-feira (13), o presidente chinês Xi Jinping anunciou planos para fortalecer a presença da China na América Latina e no Caribe, oferecendo uma nova linha de crédito de US$ 9 bilhões e ampliando os investimentos em infraestrutura. O anúncio foi feito durante a Reunião Ministerial Trienal do Fórum China-Celac, que reuniu representantes de cerca de 30 países em Pequim. Xi destacou a importância da independência, do desenvolvimento, da revitalização, da equidade e da justiça como valores compartilhados entre a China e os países da região, que ele descreveu como membros cruciais do Sul Global.
Xi também prometeu aumentar as importações de produtos latino-americanos e caribenhos, além de incentivar as empresas chinesas a expandir seus investimentos na região. Entre os líderes presentes estavam o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente colombiano Gustavo Petro. O Fórum ocorre em um momento em que muitos países da América Latina e do Caribe buscam melhores acordos comerciais, especialmente após a imposição de tarifas pelos Estados Unidos.
Xi reiterou a oposição da China a essas tarifas, enquanto o presidente Lula alertou a região sobre a importância de não se tornar excessivamente dependente de financiamento estrangeiro. O Brasil, por sua vez, tem fortalecido seus laços com a China, vendo uma oportunidade de aumentar as vendas de produtos agrícolas para o país asiático, o maior importador de alimentos do mundo.
Em 2024, das mercadorias compradas pela China dos países da Celac, quase metade veio do Brasil. O comércio bilateral entre a China e o bloco da Celac atingiu US$ 515 bilhões em 2024, um aumento significativo em relação aos US$ 450 bilhões em 2023 e aos apenas US$ 12 bilhões em 2000.
Nos últimos anos, Pequim tem intensificado seus esforços para se tornar o principal parceiro de desenvolvimento da região, buscando substituir os Estados Unidos. No entanto, sua iniciativa global de infraestrutura enfrentou desafios em alguns países, como o Panamá. A China também enxerga o aumento de seu envolvimento na América Latina como uma forma de exercer pressão sobre Taiwan, já que sete dos doze países que mantêm laços diplomáticos com a ilha estão localizados na região.
O valor da nova linha de crédito é inferior ao oferecido no Fórum inaugural China-Celac em 2015, o que pode refletir a desaceleração da economia chinesa e uma menor disposição para empréstimos. Xi anunciou ainda que a isenção de vistos será estendida a cinco países, sem especificar quais.