O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica que o faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em novembro de 2024 se manteve estável. A elevação é de 0,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, as PMEs cresceram 5,3%.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Para Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, a estabilidade registrada em novembro representa uma interrupção da tendência de avanços consecutivos observados nos sete meses anteriores. “É cedo para antever uma mudança de rota, mas o resultado acumulado até o momento no quarto trimestre mostra uma perda de fôlego relevante frente ao observado no trimestre anterior (+3% x +8,6% YoY no 3T2024)”, afirma.
No comércio, o bom desempenho do setor (+12,3%), motivado pela Black Friday, é verificado no atacado e no varejo. As vendas foram positivas, principalmente, para ‘produtos alimentícios’, ‘pedras para revestimento’, ‘livros’, ‘eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo’, ‘artigos de fotografia e filmagem’, ‘artigos de iluminação’, ‘artigos esportivos’ e ‘artigos de joalherias’.
Já as PMEs da Indústria registraram queda de 6,4%. Dos 22 subsegmentos monitorados pelo IODE-PMEs, apenas sete apresentaram aumento de receita – ‘Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos’, ‘Impressão e reprodução de gravações’, ‘Fabricação de produtos de minerais não metálicos’ e ‘Fabricação de móveis’. Mesmo com a retração em novembro, no acumulado do ano o setor apresenta faturamento 8,3% maior.
O economista ressalta que ainda que o desempenho do Comércio tenha confirmado as previsões, com a Black Friday e o consumo das famílias em progresso, os resultados das demais atividades chamam a atenção e acendem um alerta para uma desaceleração mais significativa do mercado como um todo no decorrer de 2025. “A expansão dos riscos domésticos associados à questão fiscal do país trouxe uma movimentação preocupante, com uma nova subida das expectativas para a inflação e taxas de juros, o que não é uma boa notícia para os empreendedores”, avalia Beraldi.