Visto as sanções impostas nos últimos meses após a invasão a Ucrânia, a Rússia se deparou com a queda na venda de petróleo. Em busca de novos consumidores, o país achou na Ásia dois países em desenvolvimento, com altas demanda de petróleo e gás, que tem sido capaz de mitigar os efeitos das fortes sanções econômicas impostas aos produtores russos pela Europa Ocidental e pelos Estados Unidos, sendo esses países China e Índia.
Oferecendo grande descontos à China em seus preços de petróleo e gás, se abriram portas para a Rússia de um mercado enorme ate então não explorado e amenizar as perdas das sanções. A Rússia também se voltou para a Índia, que antes do início da guerra tinha apenas 1% das suas exportações de petróleo destinadas ao país, em maio de 2022 esse numero já havia subido para 18%.
Dentre os BRICS, três dos quatro membros se abstiveram de apoias a condenação da invasão a Ucrânia proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), sendo a exceção o Brasil. O governo brasileiro, apesar de deixar claro que era contrario as sanções impostas por Estados Unidos e Europa Ocidental à economia russa, apoiou a medida sugerida pelos americanos.
Apesar da tentativa de ‘boicote’ a economia russa, a União Europeia continua sendo o principal comprador de gás da Rússia, onde estima-se que US$ 59 bilhões dos US$ 97 bilhões que a Rússia recebeu em exportações de energia durante os primeiros 100 dias da guerra na Ucrânia vieram do bloco. Mesmo com a diminuição da exportação de petróleo, os novos clientes (China e Índia) com alta demanda, e a dependência dos países da União Europeia do gás russo, são mais que o suficiente para financiar a guerra na Ucrânia e manter o país saudável economicamente.