Um ambiente de Guerra deixa marcas em qualquer um que o vivencia. Agora quando se trata de crianças, adolescentes e jovens, passando por um ano de violência, trauma, destruição e deslocamento, as consequências podem ser imensas.
A agitação da guerra cria uma situação delicada para crianças e adolescentes , milhões de pessoas tem que fugir de suas casas, deslocamento em uma escala que pode ter consequências para as próximas gerações. Duas principais situações se destacam, são elas:
Educação interrompida
As escolas e outras instalações educacionais não são apenas locais de aprendizado, elas também fornecem um senso crucial de estrutura e segurança para meninas e meninos. Por exemplo, na Guerra na Ucrânia, o deslocamento e a destruição de escolas deixaram mais de 3 milhões de crianças e adolescentes acessando o aprendizado remotamente ou por meio de uma combinação de aulas online e presenciais. Os danos à eletricidade e a outras infraestruturas de energia estão apenas complicando a capacidade das famílias de acessar até mesmo as aulas virtuais.
No início da guerra e durante o verão, muitas famílias que fugiram da Ucrânia optaram pelo ensino online em vez de matricular seus filhos e filhas nas escolas locais, na esperança de voltar para casa rapidamente. Mas, um ano depois, duas em cada três crianças refugiadas ucranianas ainda não estão matriculadas nos sistemas educacionais do país anfitrião. A integração das crianças refugiadas ucranianas nos sistemas nacionais de educação deve ser priorizada em todos os níveis de ensino, especialmente na educação infantil e no ensino fundamental – com professores qualificados, materiais didáticos e espaços para apoiar a aprendizagem presencial, o desenvolvimento e o bem-estar.
Efeitos Psicossociais
A Guerra entre Israel e o Hamas, por exemplo, está roubando de crianças e adolescentes estabilidade, segurança, escola, amigos, família, um lar e esperanças para o futuro. As feridas mentais da guerra podem afetar meninas e meninos até a idade adulta. Para evitar uma geração de crianças e adolescentes marcada pelo conflito, sua saúde mental e suas necessidades psicossociais devem ser priorizadas. Isso deve incluir ações apropriadas à idade para fornecer atenção integral, construir resiliência e, especialmente para crianças mais velhas e adolescentes, dar-lhes oportunidades de expressar suas preocupações.
Também deve ser fornecido apoio aos pais, mães e cuidadores para ajudá-los a lidar com os efeitos angustiantes que a guerra e o deslocamento tiveram sobre eles. Em última análise, isso os equipará para que também apoiem melhor o bem-estar mental de seus filhos e filhas.
Reação ao medo e incertezas
Esses dois sentimentos estão totalmente presentes em pessoas que vivem o ambiente de guerra, sentimentos como o medo e a incerteza despertam diferentes reações no corpo humano. Enquanto as glândulas suprarrenais atuam na liberação do hormônio adrenalina, o cérebro se coloca em situação de alerta ou fuga. O coração tem um aumento da frequência cardíaca, que faz com que os músculos recebam mais sangue e possam reagir de forma imediata a qualquer ameaça. Os pulmões também podem apresentar aumento da frequência respiratória, levando a uma respiração mais ofegante, para captar o máximo possível de oxigênio. Esse prolongamento do estado de alerta pode trazer consequências para o resto da vida.