A Copel (CPLE3), companhia elétrica paranaense, anunciou um robusto plano de investimento de R$ 17,8 bilhões para o período entre 2026 e 2030. Executivos da empresa destacaram nesta quarta-feira (19) que o foco dos aportes será em projetos de baixo risco e que ofereçam bons retornos, concentrando-se nos ativos de distribuição de energia e em eventuais ampliações de usinas hidrelétricas.
O CEO da Copel, Daniel Slaviero, enfatizou durante a apresentação anual a investidores a estratégia de crescimento qualificado da companhia: “Não iremos crescer por crescer”, afirmou, ressaltando o compromisso em equilibrar o pagamento de dividendos com uma “boa alocação de capital, orgânica ou inorgânica”.
A maior parte dos investimentos previstos está destinada ao segmento de distribuição de energia. A Copel enxerga um espaço significativo para ampliar a Base de Remuneração Regulatória (BRR) de sua concessionária paranaense com a adição de novos ativos, como linhas de transmissão e subestações.
Os executivos demonstraram otimismo com a revisão tarifária da distribuidora, programada para 2026, a qual classificaram como a “maior da história” da Copel, com potencial para ampliar a remuneração da empresa.
No segmento de geração de energia, a Copel planeja investir R$ 1,3 bilhão em suas usinas hidrelétricas até 2030, visando modernização e aumento da confiabilidade. Outros R$ 420 milhões serão destinados aos ativos eólicos.
A companhia também mira oportunidades maiores no leilão de potência marcado para março de 2026, que oferecerá contratos para 2030 e 2031. A Copel pretende disputar o certame com projetos de ampliação das usinas de Foz do Areia (860 MW) e de Segredo (1.260 MW).
Uma das inovações que a Copel está buscando implementar é um projeto de usina hidrelétrica reversível de 70 MW. Conforme explicou Moacir Bertol, diretor geral da Copel Geração e Transmissão, essa usina serviria como uma espécie de “bateria” para o sistema de transmissão, ajudando a atender a carga do litoral do Paraná em momentos de alta demanda, como final de ano e Carnaval.
O projeto, que demandaria um investimento de R$ 400 milhões a R$ 450 milhões, poderia ser enquadrado como um investimento em “reforço e melhoria” no segmento de transmissão por atender às necessidades da rede. A autorização para a implantação da usina está atualmente sob análise da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Por outro lado, o crescimento na área de transmissão de energia no curto prazo não deve vir por meio de leilões tradicionais, devido à elevada competição que tem achatado os retornos dos projetos.
