Com a virada do ano, é comum planejarmos ou ao menos fazer uma lista de desejos, sonhos e objetivos que queremos percorrer ao longo do ano vindouro. Correto, como o chapeleiro maluco falou para a Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll “se não sabemos para onde queremos ir qualquer caminho serve”.
Isso serve tanto para os planejamentos da nossa vida pessoal, como para os desejos de nossas empresas fazendo com que o planejamento estratégico seja o primeiro degrau para o sucesso. Será?
No início desse ano, me debrucei na leitura do livro “Despertar. Uma jornada para o propósito, a paz interior e a cura”, de Raj Sisodia coautor do best-seller Capitalismo Consciente.
E, para minha grande surpresa, o livro é um mergulho profundo na alma do escritor e cofundador do Movimento do Capitalismo Consciente, nos mostrando a importância do processo de cura, sim, pois todos nós em maior ou menor grau temos traumas.
Despertar é um convite para reconhecer padrões que têm aparecido repetidamente em nossas vidas, para descobrir verdades ocultas e traçar um caminho mais consciente para o futuro.
Mesmo que, à princípio, não faça sentido, provavelmente, existe em um propósito maior em tudo isso. A mentalidade patriarcal, a masculinidade tóxica e o desalinhamento entre quem somos e o que o mundo espera que sejamos faz com que estejamos em guerra uns com os outros, porque na verdade, cada um está em guerra consigo mesmo.
Então, antes de eu poder dizer à minha vida o que quero fazer com ela, eu devo ouvir minha vida dizendo quem sou. Preciso ouvir as verdades e os valores que constituem o cerne de minha identidade, não os padrões pelos quais devo viver, mas aqueles pelos quais não posso deixar de viver se estou vivendo minha própria vida. Parker Palmer apud Raj Sisodia.
Então, o princípio é “seja fiel a si mesmo”, pois passamos décadas aprendendo sobre as características do mundo lá fora, mas a maioria das pessoas sabe pouco sobre o próprio mundo interior.
Pergunta: é possível levar uma vida marcante e satisfatória se você não sabe quem é? Qual a sua essência, sua verdadeira natureza? O que é importante para você? Pelo que é apaixonado?
O principal relacionamento que temos na vida é com nós mesmos. Se esse relacionamento é disfuncional, ele contamina tudo ao redor.
Então, seja você mesmo, mas viva sua vida em um espaço criativo, não reativo. Esteja aberto a novas aventuras. Aproveite o vento e as correntes para traçar um roteiro em direção ao cumprimento de seu propósito e seu destino individual, mas fique atento aos convites que o levam a se aventurar, dizendo “sim” às possibilidades fora de sua zona de conforto, aquelas que oferecem potencial para crescimento.
Incorpore os opostos aparentes, pois em um mundo repleto de ideias divergentes, muitas vezes, a resposta não é “ou”, mas “e”. Incorpore a “polaridade” masculina e feminina, o moderno e o tradicional, o ideal e o pragmático, a harmonia e o conflito, o autocuidado e o serviço altruísta, mas, principalmente, reconheça e cure seus traumas.
A vida é dura, e o trauma é uma parte inevitável dela. Mas não podemos curar nossos traumas se não os reconhecermos. E não podemos ter uma vida plena, saudável e feliz se não curarmos nosso traumas.
Se nossos traumas não são curados, não temos o controle de nossos pensamentos e nossas ações; eles surgem de impulsos subconscientes que não entendemos. A fuga e o silêncio permitem que o trauma persista. Trauma que não é transmutado é transmitido; pessoas traumatizadas infligem traumas a outras.
Então, é isso que devemos desejar para 2025 antes de qualquer traçar de metas: a nossa cura. Feliz 2025 com a nossa cura, para que possamos curar nossas empresas e o planeta!
Referência Bibliográfica: Sisodia, Raj. Despertar. Uma jornada para o propósito, a paz interior e a cura. Rio de Janeiro: Alta Books, Alta Life, 2024.