Os consumidores dos Estados Unidos devem gastar um total de US$ 14,2 bilhões na Cyber Monday, o que representa um crescimento de 6,3% nas vendas online em comparação com o ano passado, de acordo com as projeções da Adobe Analytics. A Cyber Monday, tradicionalmente o maior dia de compras online do país, funciona como o ponto culminante da intensa maratona de compras que se inicia após o Dia de Ação de Graças.
As expectativas positivas vêm na esteira de um forte fim de semana de vendas. A Black Friday registrou um recorde de gastos online de US$ 11,8 bilhões nos EUA. No total, o gasto online durante o fim de semana inteiro (da Ação de Graças à Black Friday) atingiu US$ 23,6 bilhões, um aumento de cerca de 9% em relação ao ano passado, segundo a Adobe, que monitora o tráfego em milhares de sites de varejo.
Apesar do desempenho robusto no comércio eletrônico, as compras em lojas físicas apresentaram um resultado mais fraco, com queda de 5,3% no fim de semana em comparação com 2024, de acordo com dados da RetailNext.
Analisando a fundo os hábitos de consumo, os dados preliminares sugerem uma bifurcação no poder de compra entre as faixas de renda. Segundo Marshal Cohen, principal consultor de varejo da Circana, consumidores mais ricos gastaram com maior liberdade, enquanto os compradores de baixa renda se concentraram na busca por ofertas e produtos acessíveis em lojas como Walmart (WMT.N) e Target (TGT.N).
“Quando você analisa o consumo por unidade em vez do gasto em dólares, a diferença fica clara”, disse Cohen. Ele explicou que os consumidores de baixa renda estão optando por itens de menor preço ou simplesmente comprando menos unidades. Cohen também previu que, no geral, os itens de luxo devem superar ligeiramente o crescimento médio do varejo.
Historicamente, o crescimento dos gastos online com as festas de fim de ano tem desacelerado desde a pandemia. Dados da Adobe mostram que, após aumentos de dois dígitos entre 2015 e 2020, os últimos cinco anos têm registrado aumentos de apenas um dígito. Mark Mathews, economista-chefe da National Retail Federation, aponta que consumidores de baixa renda, que receberam auxílios governamentais durante a pandemia, tornaram-se mais sensíveis aos preços à medida que esses fundos se esgotaram.
Ainda assim, o crescimento total das vendas é notável, considerando fatores macroeconômicos como o recente shutdown do governo e a fraca confiança do consumidor. Para a Cyber Monday, a Adobe projeta que mais da metade dos gastos online será impulsionada por apenas três categorias: eletrônicos, vestuário e móveis.
Um dado que ilustra a rápida evolução do setor é o papel da tecnologia: o tráfego para sites de varejo gerado por Inteligência Artificial (IA) deve ter um aumento explosivo de 670% em relação ao ano passado, impulsionado por ferramentas de IA generativa embutidas no varejo que não existiam no ciclo anterior, como o Sparky, do Walmart, ou o Rufus, da Amazon.
