Apesar da equidade de gênero no mercado de trabalho ser um debate latente, ainda são poucas as mulheres que ocupam cargos de liderança, no Brasil. Segundo a pesquisa mais recente da Grant Thornton, empresa global de auditoria, as mulheres ocupam apenas 38% de cargos de alto escalão em empresas brasileiras de médio porte. E a paulista Patrícia Y. Agopian foi uma das pioneiras nessa jornada no mundo corporativo. Desde o início de sua carreira, a profissional precisou enfrentar preconceitos e quebrar padrões para chegar até a cadeira de diretora. Antes disso, Patricia chegou a ser a primeira planner de varejo no Brasil. Hoje, após passagem por grandes empresas, e 22 anos de experiência, Patricia utiliza sua expertise em liderança para ensinar outros brasileiros a como conquistar cargos executivos e salários acima dos R$ 30 mil. E os números comprovam que a nova rota profissional de Agopian está no rumo certo. Em apenas três anos de vida, sua escola digital, Bússola Executiva, já fatura R$ 6 milhões ao ano, com mais de 3.000 alunos no portfólio.
“Quando entendi como o jogo funcionava no mundo corporativo, tudo ficou mais fácil na minha trajetória profissional. Foi quando me perguntei: por que não replicar esse conhecimento e ajudar outras pessoas a chegarem ao topo? Eu já fazia isso com a minha rede de contatos próxima, mas queria algo em uma escala muito maior “, conta Patricia, que em 2020, abriu a empresa Bússola Executiva, escola digital voltada para a carreira executiva e ascensão e aceleração na jornada profissional. Hoje, à frente da escola digital, a paulista auxilia profissionais estagnados, ou em busca de uma promoção, a darem um salto na carreira. E a meta para 2023 é ainda mais audaciosa, com a previsão de fechar o ano com faturamento de R$ 10 milhões e o dobro de alunos. Entre os temas abordados nas aulas da especialista, estão planejamento executivo de carreira, mindset executivo, inteligência emocional corporativa, dialeto executivo, liderança executiva ampliada e como alcançar promoções ou aumento de salário e transição de área ou carreira.
O início de tudo:
Tudo começou em 1997, quando Patricia, ainda recém-formada e sem experiência profissional, decidiu arriscar a entrada em uma multinacional. “Eu era uma garota, sem experiência ou noção de como funcionava o mercado de trabalho. Participei do processo seletivo da C&A e passei. Fui contratada como assistente de abastecimento, em uma multinacional do varejo, mas não fazia ideia de que esse cargo não teria nenhum tipo de plano de carreira”, relembra Agopian. Alí começava seu primeiro desafio: naquela época, nenhum assistente era promovido, principalmente as mulheres. Uma vez assistente, sempre assistente.
Patricia conta que foi engolida pelas funções operacionais, mas inconformada a estar fadada àquela realidade pelo resto da sua carreira, todo mês procurava o RH em busca de uma solução para o seu primeiro desafio. “Eu perguntava sempre se a política havia mudado, se tinha algum outro cargo disponível com plano de carreira. Eu fui persistente, e isso fez a diferença”, relembra a profissional. Depois de meses nesse looping veio a oportunidade: uma entrevista para participar de um projeto novo. “O gestor da época me avisou que a função ia tomar 100% da minha vida, que eu não teria aumento e nem poderia me casar ou engravidar pelos próximos dois anos. Além disso, caso o projeto fracassasse, eu ainda correria o risco de ser demitida. Era loucura, mas essa era minha única chance naquela empresa, por isso agarrei. Trabalhei como nunca até quebrar as estatísticas e ser promovida” se recorda a especialista em formação e aceleração de carreira Executiva
Com pouco tempo, Agopian se tornou a primeira assistente a chegar ao cargo de executiva na história da C&A – oportunidade aberta pela pioneira, mas que hoje já tem um caminho mais acessível para outras profissionais. “Foram os anos mais desafiadores na minha carreira. Eu não tinha inglês, nem um curso top. Não foram as formações que me fizeram chegar a carreira executiva, foi a atitude, o comportamento, a consciência do jogo. Eu aprendi a entregar resultados através das pessoas, sem colocar a mão no operacional. Como se fosse pilotar a nave sem colocar a mão no manche, esse é o trabalho de um líder e é isso que ensino hoje nas minhas aulas”, pontua a CEO da Bússola Executiva.
Depois disso, construiu uma carreira sólida em planejamento e compras em outras duas grandes empresas do setor varejista, Centauro e Etna. Na última, ocupou o cargo de diretora de planejamento e inteligência de mercado. Mas vinda de uma família de empreendedores, a vida no corporativo e os altos salários já não brilhavam os olhos da especialista, que vez ou outra, auxiliava seus assistentes e equipe a galgarem novos degraus nesse universo. E com o passar do tempo, pessoas de outras áreas também conquistaram altos cargos executivos dentro e fora do país com a orientação de Patricia. Foi em busca de um novo objetivo de vida, que também oferecesse valores e propósitos, que a paulista percebeu que a habilidade em ensinar pessoas a alcançarem seus objetivos profissionais, somados a sua bagagem de mundo corporativo, eram conteúdos valiosos e que poderiam ajudar a alavancar a carreira de outros brasileiros, com um método replicável em qualquer cenário e segmento de mercado.
Assim, no início de 2020, nasce a Bússola Executiva, uma escola digital voltada para a carreira executiva, ascensão e aceleração na jornada profissional. Em 2020, Patricia e sócios e irmãos, Livia Yaroussalian e Rafael Yaroussalian, criam o primeiro curso on-line do método “Ser antes de ter” para aceleração de carreira, que deram o nome de executor a Executivo, um curso destinado a base, ao operacional, onde ela ensinava profissionais a se transformarem em líderes, coordenadores, gerentes. “O que a maior parte dos profissionais não sabem é que o melhor executor não será Executivo”, diz a especialista em aceleração de carreira.
No primeiro ano (2020), seus lançamentos chegaram a faturar R$ 500 mil. Já em 2021, com a estreia de um segundo curso, chamado de Executivo 30k+, voltado para líderes e para profissionais em busca de uma carreira Executiva que oferece cerca de R$ 30 mil de salário, a paulista alcançou a meta de faturar R$ 3 milhões. “Minha missão é formar a próxima geração de executivos de alta performance sem abrir mão da vida pessoal. E já estamos transformando o mundo corporativo através dos alunos e alunas da Bússola Executiva, que saem de uma liderança executora para uma Liderança Executiva”, diz a CEO da Bússola Executiva. Com os dois projetos em andamento no ano de 2022, o faturamento dobrou, alcançando R$ 6 milhões, no ano passado. E a expectativa para 2023 é alcançar R$ 10 milhões.
Dentre as centenas de cases de sucesso da Bússola Executiva, Patricia conta que na pandemia, onde muitos profissionais foram demitidos por conta da crise, alunos do curso dela foram promovidos. “Teve diretor que dobrou de salário até uma aluna que estava grávida, entrou em licença maternidade e ao retornar, foi promovida. Não é mágica, é a mudança no mindset dos profissionais. Eu capacito as pessoas para o mundo corporativo, sem fazer o executivo trabalhar 12 horas por dia para ter uma promoção”, explica a especialista em formação e aceleração de carreira Executiva.