O dia 17 de maio foi instituído pela UNESCO como o Dia Mundial da Reciclagem. A data é dedicada a conscientizar a população sobre a importância da reutilização de resíduos para a sustentabilidade do planeta.
Segundo a pesquisa Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, lançada pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), cerca de 43% de todo o lixo gerado no país tiveram descarte irregular – o número corresponde a 33,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos indo parar em lixões, valas e córregos urbanos, ameaçando a saúde pública e o meio ambiente.
E assim como o lixo, há também o descarte de cédulas de dinheiro. Cerca de duzentas toneladas são descartadas só pela Casa da Moeda brasileira por erros de impressão, corte ou outros defeitos. As cédulas possuem um tempo de vida estimado de três anos e meio, depois sendo retiradas de circulação.
O que é feito, contudo, com o dinheiro de papel que, por algum motivo, está em desuso ou é descartado por erros de impressão, corte ou outros defeitos?
E é aí que a Tran$forma entra em cena: a empresa recebe esse material para transformá-lo em outros produtos.
“É importante para que todos entendam qual é o papel de empresas como a nossa: que utilizam materiais descartados para produzir algo que tenha valor para a sociedade. Incluem-se a isto mesas, cadeiras e outros produtos. E somente fazemos isso usando algo que passa pelas mãos de todo o cidadão: o dinheiro”, afirma Patrício Mariano Malvezzi, CEO da Equipa Grupo e do projeto Tran$forma
Primeiro, retiram-se as cédulas manchadas, sujas, desfiguradas, gastas ou fragmentadas; com marcas, rabiscos, símbolos, desenhos ou caracteres estranhos ao material original; com cortes ou rasgos em suas bordas ou no interior do papel, queimadas ou danificadas por ação de líquidos, agentes químicos ou explosivos. As cédulas inadequadas à circulação podem ter valor ou não ter valor.
E é com o lema: “Tudo merece um novo ciclo”, que a Tran$forma, dá um novo destino ao material que, antigamente, era meramente “jogado” em aterros sanitários. Hoje, o processo ocorre da seguinte maneira: os descartes realizados pela Casa da Moeda são entregues para a Tran$forma mediante logística reversa, com objetivo de dar uma solução mais inteligente aos itens em desuso.
A partir disso, todos esses resíduos são transformados em utensílios domésticos, em móveis decorativos ou até mesmo em obras de arte. Após esse longo processo, esses objetos voltam a circular em sociedade, ressignificando, assim, o descarte. “As soluções são inúmeras, porque é possível misturar os resíduos com diferentes tipos de material e gerar novos ciclos de vida. Podemos fazer, por exemplo, um Cristo Redentor para decoração feito com poliéster ou filamentos de impressão 3D ou uma cadeira, por exemplo. O papel moeda hoje tem um valor intrínseco muito importante”, destaca Patrício.
Hoje, o Brasil é o único país no mundo a realizar esta transformação e o modelo de gestão e logística está sendo apresentado em diversos países. Essa abordagem inovadora redefine o conceito de economia circular e de sustentabilidade na indústria, criando soluções que equilibram o impacto social, ambiental e econômico. Com a crescente adesão às práticas circulares, empresas brasileiras estão reforçando seu papel na construção de uma economia mais sustentável e resiliente.
Sabemos que há um longo caminho a percorrer até alcançarmos um grau de eficiência e sustentabilidade que nos salve dos cataclismos globais que nos assolam.
“O dinheiro que utilizamos também tem data de validade (3,5 anos). Portanto, é necessário pensarmos em estratégias que tornem o desuso de tais ítens em algo aproveitável para a sociedade. E é com esta finalidade que usamos cédulas de dinheiro para produzir cadeiras, mesas, moldes de abajur e obras de arte. O consumo humano tem um ciclo, a tecnologia e a inovação nos dão a oportunidade de ressignificar e ampliar o uso desses materiais, causando um impacto positivo na sociedade”, conclui.