Instituído pela Organização Mundial da Saúde, o Dia Mundial da Saúde busca conscientizar sobre temas prioritários para o bem-estar, promovendo ações educativas e alertando sobre desafios globais. Você sabia que uma alimentação vegana, segundo estudos recentes, previne doenças crônicas, é acessível, tem menos impactos ambientais e está se tornando cada vez mais popular no Brasil?
Até o último mês, a quantidade de brasileiros que optam por uma alimentação vegana no Brasil era incerta – estimativas otimistas, baseadas em levantamento do número de vegetarianos realizado pelo IBOPE em 2018, eram em torno de cinco milhões de pessoas. Em março, porém, o Instituto Datafolha publicou levantamento atualizado revelando que 7% dos brasileiros, cerca de 15 milhões de pessoas, se definem como veganos.
Os resultados da pesquisa ainda mostram que sete a cada 10 entrevistados admite que concorda, em algum grau, com a possibilidade de parar de consumir carne em prol da saúde. Essa percepção da população corrobora com as recomendações da OMS, na qual as carnes processadas estão classificadas no grupo 1 da lista de agentes carcinogênicos, ou seja, já há evidências suficientes de sua ligação com o aumento do risco de câncer. As carnes vermelhas em geral (boi, porco, carneiro e bode) estão classificadas no grupo 2A, o mesmo grupo do agrotóxico glifosato, por exemplo. Isto não significa que não sejam carcinogênicas, apenas que os estudos existentes até o momento são insuficientes para colocá-las na categoria de maior risco.
Já uma alimentação à base de plantas equilibrada, com foco em alimentos naturais e integrais é naturalmente baixa em gorduras saturadas e colesterol, mas rica em fibras, antioxidantes e ácidos graxos insaturados, promovendo a saúde cardiovascular, auxiliando no controle de peso e na saúde intestinal. Pesquisas recentes, como estudo publicado no último ano na revista científica Plos One, apontam para benefícios de uma alimentação à base de plantas reduzindo o risco de doenças coronárias e câncer.
O projeto Love Veg é uma iniciativa da organização de proteção animal Animal Equality, e tem como missão tornar a alimentação à base de plantas acessível, saborosa e consciente. Com mais de 150 mil visitas ao site e 60 mil downloads gratuitos de ebooks de receitas, o Love Veg tem se consolidado como uma alternativa para quem deseja explorar o universo da culinária vegetal.
“Para quem está iniciando e tem dúvidas sobre como montar seu prato, tem uma regrinha fácil. Reserve ¼ dele para a fonte de proteína, como o feijão, outro ¼ com cereais ou tubérculos, como arroz ou batata e o resto varie legumes e verduras. Para ter mais nutrientes, capriche na variedade dos alimentos e nas cores”, diz André Ferreira Lima, responsável pelo projeto Love Veg.
Um dos maiores mitos relacionados à alimentação à base de plantas é o de que a saúde pode ficar comprometida. Além da ciência avançar no sentido de provar que este tipo de alimentação protege nossa saúde de muitas doenças, adeptos do estilo de vida vegano comprovam os resultados na prática. “Sou adepta da alimentação à base de vegetais há quase 13 anos e, desde então, apenas tenho sentido grandes benefícios à minha saúde. Sinto muito mais disposição na prática de esportes e meu desempenho só tem melhorado. Corro 40 km e nado 9 km por semana. Sinto cada vez mais força e resistência”, afirma Amanda Guimarães que, no ano passado, participou de três maratonas. “Faço acompanhamento regular e os resultados dos meus exames sempre são bastante elogiados pelos meus médicos”.
Outro mito é o alto valor – uma alimentação vegana balanceada é simples de ser implementada e acessível, composta por leguminosas (feijões, lentilhas, grão-de-bico), cereais (arroz, quinoa, trigo), tubérculos (batata, mandioca, inhame), legumes, frutas e verduras. Levantamento feito em quatro capitais brasileiras apontou que refeições sem carne são até 60% mais baratas que pratos com proteína animal. Motivos não faltam para experimentar uma alimentação à base de plantas neste Dia Mundial da Saúde.