A dívida bruta do Brasil como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) se manteve estável em agosto, fechando o mês em 77,5%, o mesmo patamar de julho. O resultado, divulgado nesta terça-feira (30) pelo Banco Central, ficou abaixo da expectativa do mercado, que, segundo pesquisa da Reuters, projetava um percentual de 78,0%.
A estabilidade da dívida veio acompanhada de um déficit primário do setor público consolidado (União, Estados, Municípios e Estatais) menor que o esperado. Em agosto, o saldo negativo foi de R$ 17,255 bilhões, valor significativamente abaixo do rombo de R$ 21,0 bilhões projetado por economistas consultados pela Reuters.
Por outro lado, a dívida líquida do setor público — que considera os ativos do governo — aumentou, passando de 63,6% em julho para 64,2% em agosto. O índice, no entanto, ficou muito próximo da expectativa do mercado (64,1%).
A maior parte do déficit primário de agosto foi registrada pelo Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), com um saldo negativo de R$ 15,934 bilhões.
Estados e municípios também apresentaram um rombo primário, somando R$ 1,314 bilhão. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, por sua vez, tiveram o menor déficit: R$ 6 milhões.
Quanto maior a dívida em relação ao PIB, maior a preocupação dos investidores e agências de risco sobre a capacidade de o país honrar seus compromissos. Dívida elevada pode pressionar os juros, porque os credores exigem maior retorno para financiar o governo. Se a dívida está controlada, melhora a percepção de risco do Brasil e pode atrair mais investimentos.