Doença de Newcastle desafia exportações de ovos e reforça papel da vacinação preventiva

Imagem: freepik

O Brasil tem ganhado cada vez mais destaque como exportador confiável de commodities para outros países. Um dos casos mais recentes é o expressivo aumento na exportação de ovos para os Estados Unidos, impulsionado pelo surto de gripe aviária que afeta a produção local. Em março, o país se tornou o maior importador de ovos brasileiros, com a aquisição de 2.705 toneladas – um aumento histórico de 346,4% em relação ao mesmo período de 2024. No entanto, a presença da doença de Newcastle em território nacional impõe restrições significativas, limitando o acesso a mercados de alto valor agregado, como o de ovos para consumo humano direto e ovos líquidos pasteurizados.

A doença de Newcastle é uma enfermidade viral altamente contagiosa que compromete a confiança sanitária nos produtos avícolas brasileiros, gerando barreiras comerciais que impactam a competitividade do país no cenário global. “O último caso da doença no Brasil foi detectado em 2024. Mesmo que o país não tenha surto da doença, a simples presença do vírus em território nacional é suficiente para impor restrições à exportação, o que reforça a importância de uma vigilância epidemiológica ativa e de programas de imunização consistentes”, afirma Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis.

Causada por um vírus da família Paramyxoviridae, a doença afeta o sistema respiratório, digestivo e nervoso das aves, provocando sintomas como tosse, espirros, torcicolo, paralisias, diarreia, queda na produção de ovos e alta mortalidade em casos mais severos. Em granjas comerciais, surtos da doença geram prejuízos significativos devido à redução da produtividade, aumento dos custos sanitários e necessidade de abate sanitário. Mercados como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e a União Europeia impõem exigências rigorosas e restringem a importação de ovos de mesa e derivados de regiões com o histórico da doença.

A notificação imediata ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) é obrigatória em casos de suspeita ou detecção do vírus em granjas. A enfermidade está listada no Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que conduz o monitoramento e estabelece normas de biosseguridade.

A vacinação é a principal ferramenta para o controle da doença de Newcastle na avicultura brasileira. Conforme a Instrução Normativa MAPA nº 56/07, a imunização é obrigatória para estabelecimentos com aves de ciclo longo, como reprodutoras e

poedeiras comerciais. A Zoetis, líder global em saúde animal, disponibiliza um portfólio abrangente de vacinas adaptadas às diferentes fases da produção avícola, desenvolvidas para oferecer ampla proteção ao plantel.

Entre as opções, destaca-se a vacina vetorizada Poulvac® Procerta® HVT-ND, que combina proteção contra as doenças de Marek e Newcastle, indicada para aplicação em pintinhos de um dia ou ovos embrionados, por via subcutânea ou in ovo. Já a Poulvac® NDW, uma vacina viva atenuada baseada na cepa Ulster, é ideal para frangos de corte desde o primeiro dia de vida, com aplicação por pulverização, via ocular/nasal ou na água de bebida. Para reprodutoras, a Poulvac® Maternavac® Ultra 5 oferece proteção inativada contra Newcastle e outras doenças, com aplicação entre 14 e 22 semanas, por via intramuscular ou subcutânea. Além das opções já existentes, a companhia lançou em março a Poulvac Mix 7, vacina com 7 antígenos, que oferece proteção contra a doença de Newcastle e outras 4 enfermidades, ampliando a cobertura de imunização do plantel.

“A imunização eficaz, aliada a protocolos robustos de biosseguridade e diagnóstico laboratorial, é essencial não apenas para manter a produtividade das granjas, mas também para preservar a reputação do Brasil como fornecedor confiável no comércio internacional de produtos avícolas”, completa Muniz.

Com a projeção de crescimento de 62% nas exportações de ovos em 2025, alcançando 30 mil toneladas, segundo estimativas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), torna-se imperativo que o setor avícola intensifique seus esforços em vigilância sanitária e imunização. A sustentabilidade e o sucesso da avicultura nacional dependem de um compromisso contínuo com a sanidade do plantel, garantindo produtividade e acesso aos mercados internacionais.

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