O dólar iniciou a sessão desta terça-feira (23) operando em leve alta, cotado a R$ 5,59, em um cenário marcado pela baixa liquidez típica da véspera de Natal e por ajustes de fluxo de final de ano.
O movimento reflete uma postura defensiva de investidores, com empresas e fundos intensificando remessas de capital ao exterior para se anteciparem às novas regras de tributação sobre transferências internacionais, que entram em vigor em janeiro. Às 9h12, a moeda à vista subia 0,09%, enquanto o contrato futuro para janeiro registrava oscilação negativa de 0,05%, a R$ 5,593.
No cenário doméstico, o mercado repercute os dados do IPCA-15 de dezembro, divulgados nesta manhã pelo IBGE. O índice, que acumulou alta de 4,41% no ano, dentro do intervalo da meta, é o principal termômetro para as próximas decisões de política monetária do Banco Central.
Além da inflação, o foco político recai sobre o encerramento do ano legislativo no Congresso Nacional, com a votação do Orçamento de 2026 e a definição de pautas tributárias sobre fintechs e apostas online.
Para conter a volatilidade e prover liquidez ao mercado, o Banco Central anunciou para as 10h30 a realização de dois leilões de linha, totalizando uma oferta de US$ 2 bilhões com compromisso de recompra.
A operação visa equilibrar a demanda por moeda estrangeira neste período de fechamento de balanços. No plano internacional, os investidores aguardam uma bateria de indicadores dos Estados Unidos, incluindo a revisão do PIB e dados de consumo, que podem ditar o ritmo de cortes de juros pelo Federal Reserve no próximo ano.
O ambiente de negócios é completado pela cautela política, com o mercado já monitorando o horizonte das eleições de 2026, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
A combinação de fluxos de saída de capital, dados de atividade econômica no exterior e a agenda de entrevistas políticas domésticas deve manter o câmbio sob pressão moderada ao longo desta sessão encurtada pelo feriado.









