O dólar opera em leve queda nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2025, cotado em torno de R$ 5,33 (com mínima de R$ 5,314 na venda às 9h46, recuo de 0,43%). O movimento segue uma semana de volatilidade moderada e reflete a crescente aposta do mercado em um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro, um fator que tende a diminuir a atratividade da moeda americana e favorecer moedas de países emergentes, como o real. O contrato de dólar futuro para dezembro na B3 também acompanhava a tendência, cedendo 0,35%, a R$ 5,337.
A queda do dólar é amplamente influenciada por fatores externos. A desaceleração econômica norte-americana, evidenciada por dados mais fracos de emprego e consumo, reforça a expectativa de um ciclo de afrouxamento monetário nos EUA. Além disso, o avanço das commodities metálicas e a valorização de moedas ligadas a exportações, como o real, contribuem para o recuo do dólar.
O ânimo nos mercados globais foi reforçado pela notícia de que o Senado dos EUA avançou no domingo com uma medida para tentar encerrar a paralisação (shutdown) do governo federal, que já dura 40 dias. Em uma votação de procedimentos, os senadores deram andamento a um projeto que, se aprovado e sancionado pelo Presidente Donald Trump, deve financiar o governo até 30 de janeiro. Embora o processo de aprovação final possa levar alguns dias, essa possibilidade dá força às ações na Europa e pesa sobre o dólar ante divisas emergentes, como o rand sul-africano, o peso mexicano e o peso chileno.
No Brasil, o Banco Central (BC) mantém a Taxa Selic em patamar elevado (projetada pelo mercado em 15,00% para o final de 2025, de acordo com o Relatório Focus), o que sustenta a entrada de fluxos de capital externo e ajuda a conter maiores pressões de desvalorização sobre o real. No entanto, os investidores permanecem atentos ao ambiente fiscal e político brasileiro, que continua sendo um ponto de atenção e pode limitar ganhos mais expressivos da moeda.
As projeções do mercado para o câmbio se mantiveram estáveis: o Relatório Focus indicou que a mediana das expectativas para o dólar no final de 2025 permaneceu em R$ 5,41, e para o final de 2026, em R$ 5,50. A projeção para a Selic no final de 2026 seguiu em 12,25%.
O câmbio, portanto, inicia a semana em um tom de estabilidade com viés de baixa, aguardando novos indicadores econômicos e declarações do Fed que possam confirmar o início do aguardado ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos.









