Boletim sobre o câmbio — Elson Gusmão – diretor de Câmbio da Ourominas
O dólar à vista encerrou o pregão de quinta-feira cotado a R$ 5,4471 para venda, registrando leve desvalorização frente ao real. Esse movimento reflete o enfraquecimento da moeda norte-americana diante da expectativa crescente de cortes de juros nos Estados Unidos ainda neste mês.
A taxa Selic segue em 15% ao ano, mantida na última reunião do Copom, realizada em 30 de julho. A autoridade monetária justificou a decisão ao destacar que a inflação ainda mostra trajetória lenta de convergência para a meta de 3% ao ano, reforçando a necessidade de cautela. O presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, afirmou recentemente que esse cenário justifica a manutenção da taxa elevada. Economistas projetam que a Selic permanecerá nesse patamar até o final de 2025, com previsão de redução apenas a partir de janeiro de 2026.
No cenário interno, o ambiente segue dominado pelo noticiário político e pelas perspectivas de política monetária, sem a divulgação de indicadores econômicos de maior relevância na agenda de ontem, o que manteve os agentes atentos principalmente aos sinais vindos do exterior.
No panorama externo, o destaque ficou para os dados do mercado de trabalho norte-americano, que vieram abaixo das expectativas e reforçaram a percepção de que o Federal Reserve deverá iniciar cortes de juros em setembro. Esse fator atua como pressão deflacionária sobre o dólar e favorece moedas emergentes como o real, ampliando o diferencial de juros entre os países.
Na agenda econômica do dia, o Brasil não tem divulgações relevantes previstas, mantendo o mercado atento ao noticiário político interno e aos próximos indicadores de inflação e crédito. Nos Estados Unidos, o foco segue no mercado de trabalho e nas declarações de dirigentes do Federal Reserve, que poderão sinalizar a trajetória da política monetária e impactar diretamente o comportamento do dólar no cenário global.
Boletim sobre o ouro — Mauriciano Cavalcante – diretor de ouro da Ourominas
Os preços do ouro operam em alta leve hoje. A onça-troy está sendo negociada por volta de US$ 3.552,71, com valorização de aproximadamente 0,2% em relação ao fechamento anterior, aproximando-se do recorde histórico da semana de US$ 3.578,50. Os futuros também acompanham essa tendência de alta, cotados hoje a US$ 3.611,70.
No cenário internacional, o dólar exerce pressão mista sobre o ouro: embora o fortalecimento da moeda pudesse frear o metal, as crescentes expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve continuam sustentando o apetite por ativos defensivos como o ouro. O mercado está otimista com probabilidade elevada — cerca de 88% — de corte de 25 pontos-base na próxima reunião do Fed em 17 de setembro. Esse sentimento tem reforçado o interesse pela commodity.
Já no Brasil, o ouro comercializado em reais permanece em patamar elevado. A cotação estimada hoje é de cerca de R$ 621,98 por grama, com leve alta de aproximadamente R$ 1,02 nas últimas 24 horas.
Sobre Elson Gusmão
Elson Gusmão é o Diretor de Operações da Ourominas, considerada uma das maiores empresas de ouro e câmbio do país. Formado em Gestão Financeira em 2016, está há mais de 8 anos na Instituição Financeira e DTVM. Faz análises sobre a cotação de câmbio de moedas e realiza comentários sobre as atualizações do mercado.
Sobre Mauriciano Cavalcante
Mauriciano Cavalcante é economista da Ourominas, uma das maiores empresas de compra e venda de ouro no Brasil. Bacharel em Negócios Internacionais e Comércio Exterior, o especialista comenta sobre a cotação do ouro e câmbio de moedas. Mauriciano também aborda sobre tendências do mercado nacional e internacional e sua correlação com o mercado cambial.