Economia brasileira registra estabilidade em setembro, segundo Monitor do PIB da FGV

A atividade econômica brasileira mostrou sinais claros de desaceleração no terceiro trimestre de 2025. Segundo o Monitor do PIB apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o Produto Interno Bruto (PIB) do País ficou estável (0,0%) em setembro na comparação com o mês anterior (agosto).

A tendência de esfriamento foi confirmada pelo desempenho trimestral: o PIB avançou apenas 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao segundo trimestre, refletindo a quase estagnação na atividade.

Em termos anuais, houve crescimento de 2,2% em setembro de 2025 ante setembro de 2024. A taxa acumulada nos 12 meses encerrados em setembro alcançou 2,5%.

Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB – FGV, destacou em nota a desaceleração disseminada nos diversos componentes da economia. Os principais motores do crescimento, pela ótica da produção e da demanda, ficaram estagnados.

O Setor de Serviços, maior componente do PIB, e o Consumo das Famílias, maior componente pela ótica da demanda, também registraram estagnação. Analisando a demanda na comparação do terceiro trimestre de 2025 com o mesmo período de 2024, o consumo das famílias cresceu apenas 0,2%.

A FGV apontou que, após crescer anualmente acima de 3,0% desde 2021, o consumo desacelerou “visivelmente” ao longo de 2025. Houve desempenho negativo no consumo de bens (duráveis e não duráveis), e o consumo de serviços, embora positivo, mostrou desaceleração significativa.

Em relação aos investimentos, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou uma queda de 0,4% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior.

O recuo foi puxado pela retração no componente de máquinas e equipamentos. Em contraste, o Comércio Exterior apresentou bom desempenho, com as exportações de bens e serviços subindo 7,0% no 3T25 ante o 3T24, com destaque para os produtos da extrativa.

As importações aumentaram 3,8% no mesmo comparativo, explicadas principalmente pelas contribuições positivas dos bens intermediários e de capital. Em termos monetários, o PIB brasileiro acumulado de janeiro a setembro de 2025 atingiu R$ 9,370 trilhões em valores correntes.

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