Economistas revisam para cima projeções de juros no Brasil

O Citi previu que as taxas atingiriam o pico de 15,50% em junho

Economistas iniciaram uma nova onda de revisões para cima nas projeções da taxa de juros do Brasil para este ano, mencionando a deterioração das expectativas de inflação, uma moeda mais fraca e as preocupações persistentes com as perspectivas fiscais da maior economia da América Latina.

Na terça-feira, o Citi ajustou sua previsão, indicando que as taxas podem alcançar o pico de 15,50% em junho, acompanhando ajustes semelhantes de instituições como Itaú, XP e Santander.

“Embora acreditamos que grande parte da depreciação da moeda esteja associada à política fiscal, ainda esperamos que o Banco Central reaja à piora da perspectiva inflacionária”, afirmou a equipe do Citi em um relatório, destacando que a flexibilização dos juros deve ocorrer apenas no ano seguinte.

Na segunda-feira, o Itaú elevou sua previsão de Selic para 15,75% até meados do ano, ante 15%, projetando que ela permanecerá nesse nível até 2025. No início deste mês, a XP revisou sua projeção da taxa Selic para 15,50% neste ano, enfatizando os desafios crescentes à medida que as expectativas de inflação se afastam ainda mais da meta de 3%.

Esses ajustes começaram a ganhar força no final do ano passado, após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar um pacote de controle fiscal que não atendeu às expectativas dos mercados, enfraquecendo a moeda e elevando as projeções para as taxas de juros futuras.

A deterioração continuou, mesmo após a decisão do Banco Central em dezembro de acelerar o aperto monetário com um aumento de 100 pontos-base na taxa de juros. A medida sinalizou aumentos semelhantes para as duas reuniões seguintes, elevando as taxas de 12,25% para 14,25%, o maior patamar em mais de oito anos.

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