O Distrito, plataforma especializada em IA e Inovação na América Latina, acaba de lançar o Report EdTech 2025, revelando um cenário em transformação para o setor de tecnologia educacional na América Latina. Com 1.326 startups ativas na região, o setor passa por um momento de amadurecimento, em que o crescimento acelerado dá lugar a uma busca por inovação qualificada e soluções mais profundas para os desafios da educação contemporânea.
De acordo com o relatório, o Brasil lidera com folga a presença regional, concentrando 67,69% das edtechs, seguido pelo México, com 16,23%. O pico de fundações ocorreu em 2017, com 136 startups lançadas naquele ano. Desde então, os números vêm caindo, chegando a apenas 7 em 2024, tendência que pode se reverter conforme surgem novos dados e dinâmicas de mercado.
A distribuição dos públicos-alvo é bem equilibrada: 39,24% das edtechs são voltadas ao consumidor final (B2C), 33,20% às empresas (B2B) e 27,56% operam em ambos os modelos. Em termos de categorias, as plataformas de ensino lideram (68,54%), seguidas por ferramentas de estudo (20,27%) e soluções de gestão educacional (10,30%).
Apesar da predominância das plataformas de ensino, dados de investimentos e fusões revelam uma força crescente de ferramentas de estudo e soluções de gestão. De 2014 ao início de 2025, o setor captou US$ 912,4 milhões em 553 rodadas — sendo o Brasil responsável por US$ 656,4 milhões em 320 rodadas. O ano de 2021 concentrou o maior volume de investimento, com US$ 418,9 milhões. Desde então, o capital investido vem diminuindo ano a ano, embora o primeiro trimestre de 2025 já supere o total dos dois últimos anos, com US$ 12,3 milhões em apenas seis rodadas.
Em termos de maturidade, o setor ainda enfrenta desafios: a maioria das rodadas está concentrada em estágios iniciais (seed e pré-seed), com apenas 14 rodadas em fases mais avançadas (Series B ou superiores) em toda a região no período analisado.
O relatório aponta três horizontes de transformação para o futuro da educação:
- Curto prazo (H1): edutainment, educação financeira e upskilling se fortalecem como respostas urgentes à obsolescência de competências.
- Médio prazo (H2): foco em maturidade emocional e multiculturalismo para formar indivíduos preparados para a complexidade do mundo.
- Longo prazo (H3): educação orientada a projetos e resolução de problemas, com escolas atuando como hubs de inovação e propósito.
A Inteligência Artificial desponta como catalisadora dessa transformação. Aplicações como tutores inteligentes, plataformas adaptativas e analytics personalizados tornam-se centrais para o sucesso educacional e corporativo. No entanto, o avanço da IA impõe desafios éticos cruciais, como viés algorítmico, privacidade de dados e integridade acadêmica.
O relatório ainda destaca oportunidades estratégicas para empresas, como o desenvolvimento de soluções em IA para educação, escalabilidade de academias internas e criação de infraestrutura segura e auditável para dados educacionais.