O desemprego no Brasil fechou o ano de 2023 em 7,8%, a menor taxa desde 2014. Ainda assim, o número representa 16.7 milhões de desempregados. Por outro lado, 80% dos empregadores relatam dificuldades para encontrar profissionais qualificados, de acordo com pesquisa da ManpowerGroup sobre escassez de talentos em 2023. O levantamento foi feito em 41 países, incluindo o Brasil, que ficou em 13º lugar entre os que mais sofrem na busca, empatado com a França e a Bélgica. Mas será que as equipes de seleção estão procurando talentos da maneira certa?
“O processo seletivo humanizado é uma abordagem centrada nas pessoas, priorizando a experiência e o respeito. A ideia é tornar o recrutamento mais acolhedor, transparente e individualizado, promovendo uma relação positiva entre a empresa e os candidatos”, revela Cássia Caetano, gerente executiva de cultura e pessoas da agência full service Adtail. A profissional defende a personalização para reconhecer talentos. “Se temos mães em entrevista, por exemplo, elas podem e devem pausar para atender seu bebê. Se o profissional não tem condições financeiras para realizar uma entrevista online de qualidade, nós oferecemos todo o suporte para que ele tenha um ambiente melhor. Fazemos questão de conhecer as peculiaridades de cada caso e atendê-las da melhor forma.”
Com a adoção dos novos modelos de trabalho, habilidades que vão além do conhecimento técnico passaram a ser igualmente avaliadas e valorizadas pelas empresas na hora de fazer uma contratação. As chamadas “soft skills” são consideradas tão ou mais importantes que as demais (hard skills) por 92% dos recrutadores, segundo o relatório Global Trends Report, feito pelo Linkedin. Características como “ter boa postura”, “facilidade para se comunicar” e “ser colaborativo” são fundamentais para compor o trabalho em equipe.
Ainda de acordo com o estudo, 89% das contratações que não foram bem-sucedidas tem seu fracasso atribuído à ausência das características comportamentais e emocionais adequadas. “O processo seletivo da Adtail propõe a checagem de afinidade cultural com os candidatos. E, para isso, elaboramos uma estrutura de entrevista que avalia as seguintes competências: resolução de problemas, adaptabilidade, cooperação, inovação e parceria”, descreve a profissional.