Empresas apostam na felicidade de colaboradores como estratégia para combater rotatividade

Terapia, meditação e consulta com nutricionista fazem parte de iniciativas de startup que tem taxa de rotatividade abaixo de 8%

Colaboradores satisfeitos são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores. Esses números fazem parte de uma pesquisa da Harvard Business Review, que mostra uma virada de chave quando o assunto é a felicidade no ambiente de trabalho. Ao contrário da crença comum de que a realização vem após muito esforço, a verdade é que o bom desempenho é conquistado ao priorizar o bem-estar. Em resposta a isso, algumas empresas têm implementado programas dedicados especialmente a cuidar da saúde mental e colocar o funcionário no centro para, então, colher resultados promissores em termos de retenção e engajamento. 

Manter talentos dentro da empresa é um grande desafio. O Brasil está à frente no índice de rotatividade de funcionários em todo o mundo e registrou um aumento de 56% no turnover, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Além disso, o tempo médio de permanência no emprego tem diminuído e não chega a dois anos. Na contramão, uma startup paranaense já alcançou a marca de 36 meses de permanência dos colaboradores na empresa, com a taxa de rotatividade abaixo de 8%. A abordagem da Dealersites, líder na digitalização do mercado automotivo brasileiro, passa por iniciativas que impulsionam o bem-estar corporativo. “Desde 2022, oferecemos encontros quinzenais com a psicóloga, nos quais já tivemos 50 dos nossos 80 colaboradores participando. O efeito são pessoas mais felizes, trabalhando melhor e desenvolvendo a inteligência emocional”, explica a diretora de recursos humanos, Andreza Shibata. 

A síndrome de burnout, classificada como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta 30% dos trabalhadores brasileiros. Com o afastamento de profissionais por adoecimento mental tornando-se cada vez mais comum, sobretudo após o período de isolamento da pandemia, cresce também o interesse das empresas em inserir ações de bem-estar na rotina dos colaboradores. Agora, 53% das companhias pretendem investir em programas ligados ao tema, segundo um estudo da plataforma de benefícios e gestão de pessoas Flash em parceria com a Think Work, consultoria de RH. “O momento é de trazer a felicidade corporativa para o centro das discussões para provar que, sim, a inovação e a humanização podem caminhar juntas”, destaca o CEO da Dealersites, Cesar Cantarella.

A felicidade corporativa está se tornando tão relevante que tem sido a saída para combater a rotatividade e manter talentos por mais tempo dentro das organizações. Em startups como a Dealersites, a psicologia assume um papel que ultrapassa o departamento de RH e começa a se espalhar para diferentes setores, contribuindo nas relações entre equipes, colaboradores e chegando até a análise do ambiente corporativo como um todo. “Precisamos valorizar a saúde integral, indo além das palavras e colocando em prática a promoção do bem-estar. Por isso, iniciativas como meditação, técnicas de respiração, dia sem reunião, escuta ativa com psicólogo e consulta com nutricionista fazem parte do que entendemos como sucesso organizacional”, finaliza Andreza.

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