Empresas preveem inflação mais alta que bancos

Pesquisa Firmus do Banco Central traz nova percepção de empresas de fora do setor financeiro

O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira os resultados iniciais da fase piloto da nova pesquisa Firmus. Essa pesquisa coleta a percepção de empresas de diversos setores, exceto o financeiro, sobre seus negócios e as principais variáveis econômicas. Os resultados indicam que essas empresas possuem uma visão mais pessimista sobre a inflação em comparação com as projeções feitas por instituições bancárias.

O projeto piloto do Firmus tem coletas trimestrais e o resultado divulgado nesta segunda diz respeito à percepção apresentada em maio por 92 empresas participantes. De acordo com os dados, companhias ouvidas projetavam naquele momento que a inflação brasileira fecharia 2025 em 4%, acima da estimativa de 3,77% apontada pelo boletim Focus na ocasião.

Para 2026, as empresas estimavam um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,7%, contra 3,6% do apontado pelas instituições financeiras. “As expectativas de inflação das empresas foram consistentemente maiores que as do Focus”, disse o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen.

Em relação à atividade econômica, segundo a mediana da pesquisa Firmus, o PIB deste ano deve crescer 2%, patamar próximo aos 2,01% apontados no Focus. De acordo com o Banco Central, a pesquisa também revelou que a maioria das empresas espera que o crescimento econômico em seu principal setor de atuação seja igual ou superior ao crescimento do PIB do país.

O relatório indicou ainda que quase metade das empresas entrevistadas espera que os custos de mão de obra subam mais de 4% nos próximos doze meses. Cerca de um terço das empresas, entretanto, prevê aumentos de custos alinhados à meta de inflação de 3%, que possui uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

De acordo com o diretor, o boletim Firmus deve ser mantido com periodicidade trimestral, ainda sem definição de datas exatas para publicação. A coleta dos dados será feita após a divulgação da ata de cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Sair da versão mobile