A ENGIE Brasil Energia e a startup Solar Bot uniram forças para desenvolver um robô autônomo que realiza a limpeza a seco de painéis solares sem a necessidade de intervenção humana. Serão investidos R$ 3,56 milhões no projeto que teve início neste ano e tem previsão de término para outubro de 2026. A proposta é que o robô opere de forma totalmente remota, com autossuficiência energética, dispensando o uso de água e oferecendo uma plataforma digital para acesso aos seus principais dados.
O projeto surge como resposta ao desafio do acúmulo de sujeira nos painéis solares, que pode reduzir a geração de energia em até 15%, segundo estudos realizados pela ENGIE Brasil Energia. Além de aumentar a performance operacional e reduzir custos de manutenção, a iniciativa contribui para a preservação dos recursos hídricos e minimiza o risco de danos estruturais aos módulos fotovoltaicos.
A parceria entre ENGIE e Solar Bot contempla o desenvolvimento do robô autônomo de limpeza a seco, de uma estação de recarga e repouso para o robô, de trilhos ou outras soluções para transposição de obstáculos entre os painéis, além de um sistema supervisório com dashboard integrado. Tudo projetado com tecnologia e gestão operacional nacionais.
“A escassez de água em muitas regiões torna inviáveis métodos tradicionais de limpeza, resultando em operações complexas, alto consumo de água e maiores riscos de danos aos painéis. Embora a adoção de robôs de limpeza seja comum em países como Israel, Inglaterra, Alemanha e Índia, essa prática ainda é incipiente no Brasil, levando a custos elevados e potenciais perdas de garantia dos módulos devido ao uso de água não desmineralizada”, explica o gerente de Performance e Inovação da ENGIE Brasil Energia, Felipe Rejes de Simoni.
Soluções internacionais semelhantes costumam ser mais limitadas em termos de autonomia e personalização, enquanto o projeto da Solar Bot propõe um sistema adaptável em escala, capaz de atender às necessidades específicas de diferentes ambientes.
A Solar Bot é uma startup fundada por engenheiros da Universidade de Brasília e tem sede no Distrito Federal. “Nossa solução segue os moldes de operação robotizada que deram certo em grandes usinas na Europa, diminuindo o custo de manutenção e recuperando a eficiência da usina fotovoltaica. O fato de não utilizar água além de poupar um recurso precioso, deixa a operação mais barata e facilita a limpeza em plantas que estão em locais remotos”, afirma Rédytton Brenner Sousa, fundador da empresa.
Com a parceria com a ENGIE Brasil Energia, o desafio é aprimorar os modelos existentes, evoluindo em autonomia e locomoção, possibilitando a limpeza em escala de diferentes painéis sem a intervenção humana presencial.