Em agosto do ano passado, o Banco Central do Brasil (BC) revelou o nome da moeda digital do país, que está em desenvolvimento e em fase de testes há meses. Chamada de Drex, essa moeda é a versão digital do real brasileiro e visa proporcionar maior facilidade, agilidade e segurança nas transações financeiras.
O Drex ainda está em fase de testes, envolvendo dezenas de instituições financeiras e empresas de tecnologia, e essa etapa já dura vários meses. A expectativa atual é que esses testes sejam concluídos até o final de maio, com uma avaliação preliminar do piloto programada para junho. No entanto, essas datas estão sujeitas a alterações.
Uma das vantagens de operar com a moeda digital é a segurança nas transações financeiras. De acordo com dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho de 2023 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estelionato aumentou quase 38% no Brasil entre 2021 e 2022 (o crescimento é 326,3% desde 2018), e o estelionato eletrônico aumentou 65,2%, segundo artigo publicado no MIT Technology Review.
Coibir esse tipo de crime será justamente um dos principais benefícios do Drex. Isso será possível graças a algumas características intrínsecas à tecnologia: programabilidade, rastreabilidade, transparência, segurança, auditabilidade. Esse conceito é chamado de Delivery versus Payment (DVP), fundamental no mundo das finanças e dos valores mobiliários.
O DVP é um método de liquidação utilizado no mercado de valores mobiliários que garante que a transferência de valores mobiliários só aconteça após o pagamento.Isso significa que o comprador só receberá os valores mobiliários adquiridos quando o pagamento for efetuado, ou imediatamente após a efetivação do pagamento. Assim que a instituição financeira do comprador receber o pagamento, ela repassa os recursos para a instituição financeira do vendedor. Em seguida, a instituição financeira do vendedor transfere os títulos para a instituição financeira do comprador.
O coordenador do Drex no BC, Fabio Araújo, alertou sobre a possibilidade de atraso no cronograma. “O desenvolvimento da solução está avançando rapidamente, porém, existem algumas questões que têm potencial para atrasar o lançamento da moeda digital”. Acrescentou também sobre a possibilidade de só concluir o projeto no segundo semestre. “Durante o segundo semestre, continuaremos os testes de privacidade e procuraremos desenvolver outros aspectos do projeto, como casos de uso, ativos ou envolvimento de outros participantes, dependendo dos trâmites burocráticos e do encerramento da fase de privacidade do piloto”, finalizou.