Trabalhadores de aplicativos de entrega em todo o Brasil programaram uma paralisação nacional entre os dias 31 de março e 1º de abril. O movimento reivindica melhores condições de trabalho e reajustes na remuneração.
A mobilização, organizada por associações e coletivos da categoria, pode contar com a adesão de até 1,8 milhão de entregadores e mototaxistas. Os manifestantes buscam pressionar as plataformas a oferecerem tarifas mais justas e melhorias em segurança e direitos trabalhistas.
Entre as principais demandas da categoria estão um pagamento mínimo de R$ 10 por entrega e R$ 2,50 por quilômetro percorrido, além da definição de um limite de 3 quilômetros para entregas feitas por bicicleta. O grupo também pede o fim do agrupamento de corridas sem compensação financeira.
Os trabalhadores denunciam a precarização do modelo atual, argumentando que a dinâmica imposta pelas plataformas intensifica o desgaste físico e psicológico dos entregadores. Além disso, apontam semelhanças entre suas jornadas exaustivas e as de familiares que atuam sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), especialmente mulheres, que enfrentam duplas jornadas.
A greve nacional dos entregadores de aplicativo acontece em um momento de intensas discussões sobre a regulamentação do trabalho por plataformas digitais. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concluiu recentemente o relatório do projeto de lei complementar 12/2024, que propõe manter a categoria como profissional autônoma, sem vínculo empregatício sob a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O texto, resultado de dez meses de negociação entre governo, empresas e representantes dos trabalhadores, foi encaminhado ao Congresso em fevereiro.
Além da paralisação nos dias 31 de março e 1º de abril, o Movimento VAT-SP convocou uma manifestação para 1º de maio na Avenida Paulista, com foco no fim da escala 6×1 e na defesa de melhores condições de trabalho. Já para o dia 2 de maio, está prevista uma nova mobilização, apelidada de “feriadão”, com o objetivo de pressionar por mudanças mais amplas no setor.