Mesmo em um cenário de incerteza econômica no país, os profissionais brasileiros estão tomando a frente de suas carreiras e adotando uma postura proativa em busca de mudanças, focando em produtividade e crescimento profissional, para compensar os períodos anteriores, marcados por uma estagnação do mercado de trabalho. De acordo com um novo estudo do LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo, 75% dos profissionais brasileiros pesquisados estão considerando mudar de emprego em 2024, número que é menor que nos EUA (85%), mas em linha com o Reino Unido (75%), Irlanda (73%) e Alemanha (71%).
No Brasil, isso representa um aumento de 15 pontos percentuais em comparação com 2023 (60%). Nos outros países, as mudanças também foram marcadas por acréscimos. Comparando o ano passado com este, os EUA tiveram um aumento de 18 pontos percentuais (67%), 15 pontos percentuais no Reino Unido (60%), 14 pontos percentuais na Irlanda (59%) e 13 pontos percentuais na Alemanha (59%). Outro ponto destacado no recorte do Brasil do relatório mostra que a necessidade de salários mais altos (44%), o desejo de um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal (29%) e a confiança em suas habilidades (21%) são os principais motivadores para os profissionais estarem considerando mudar de emprego.
“Embora as prioridades continuem as mesmas se comparadas aos resultados do ano passado, o estudo aponta uma diferença significativa nas porcentagens, mostrando que o cenário econômico está moldando a forma que os brasileiros estão planejando suas carreiras. Enquanto a busca por salários mais altos cresceu 10% (40% no ano anterior), o equilíbrio entre vida pessoal e profissional diminuiu 26% (39% no ano anterior). Para atender a essas prioridades, os profissionais pesquisados estão dispostos a explorar novos caminhos, com 63% confiantes de que buscarão oportunidades fora de sua indústria ou função atual, segundo a pesquisa. Isso reforça que os brasileiros estão realmente demonstrando confiança sobre o que querem e o que não querem para suas carreiras“, diz Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS).
A pesquisa também indicou que, caso recebessem uma nova proposta de emprego/promoção que exigisse trabalho presencial em tempo integral, 51% dos profissionais recusariam a oferta em favor de uma política de trabalho híbrida/remota. A porcentagem é ainda maior quando olhamos para a Geração Z, com 58%, e segue alta até mesmo para os Baby Boomers (43%).Em meio à forte concorrência, os profissionais estão buscando novos métodos para se destacarem: 56% afirmam que mudaram sua abordagem na busca por emprego, experimentando novos formatos como vídeos, que inclusive podem ser postados no feed do LinkedIn. Eles também estão interessados em usar a Inteligência Artificial, com 67% dos profissionais afirmando que a ferramenta pode tornar suas buscas por emprego mais eficientes e produtivas.
Ao mesmo tempo em que estão otimistas, os profissionais também estão achando difícil acompanhar as rápidas mudanças nas habilidades necessárias para algumas funções, em grande parte impulsionadas pelos rápidos avanços da Inteligência Artificial. Aproximadamente 33% dos profissionais afirmam que não sabem como alinhar suas habilidades aos empregos que desejam, tornando o processo de busca por novas oportunidades ainda mais desafiador. Apesar disso, os trabalhadores brasileiros planejam aprimorar suas habilidades este ano – seja online (80%) ou com instrução presencial (55%). Os dados do LinkedIn mostram que as habilidades exigidas para os empregos mudaram 25% desde 2015 e a expectativa é de que este percentual atinja 65% até 2030 globalmente devido à IA.