Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira (11) um novo e duro pacote de sanções contra a Venezuela, mirando o vital setor de petróleo e familiares do presidente Nicolás Maduro. As medidas foram divulgadas em um momento de escalada de tensões, enquanto o governo americano busca respaldo legal para confiscar a carga de um petroleiro venezuelano interceptado em águas internacionais.
As sanções mais recentes atingem seis empresas de transporte marítimo acusadas de participar da logística de escoamento do petróleo venezuelano, a principal fonte de receita do país. O Tesouro americano bloqueou as companhias Myra Marine, Arctic Voyager, Poweroy Investment, Ready Great, Sino Marine Services e Full Happy, impedindo que realizem qualquer transação internacional.
Paralelamente, a administração do presidente Donald Trump está buscando uma autorização judicial para confiscar a carga de petróleo transportada pelo navio Skipper. A embarcação foi apreendida por forças americanas na quarta-feira (10) em alto-mar.
A Casa Branca justificou a apreensão do navio alegando que ele pertence a uma frota usada no passado para o contrabando de petróleo iraniano. Embora o mandado de apreensão tenha embasado a tomada do navio, a autorização para confiscar a carga a bordo ainda está em trâmite judicial. Segundo dados da Kpler, o Skipper tem capacidade para até 2 milhões de barris e havia sido carregado quase completamente em um porto venezuelano há cerca de um mês, com o valor da carga estimado em aproximadamente US$ 78 milhões. Antes da apreensão, o navio transferiu cerca de 50 mil barris para outra embarcação, o Neptune 6, que, de acordo com a Kpler, segue em direção a Cuba.
Autoridades americanas reconheceram que o uso de forças militares e policiais para tomar posse de um navio estrangeiro em alto-mar é incomum, mas justificaram a ação pelo histórico do Skipper, que já havia sido sancionado em 2022 por envolvimento no transporte de petróleo iraniano.
As novas sanções também atingem três sobrinhos da esposa de Nicolás Maduro. Além disso, as medidas visam dois sobrinhos do presidente que foram condenados por tráfico de drogas nos Estados Unidos em 2016.
Embora tenham recebido clemência presidencial e retornado à Venezuela em 2022, o Departamento do Tesouro americano alega que eles continuaram envolvidos com o tráfico ilícito após o retorno.
As autoridades dos EUA indicaram que o objetivo é ampliar o isolamento econômico do país, reduzindo o número de navios dispostos a carregar o óleo venezuelano. No entanto, o anúncio das sanções não causou impacto imediato nos preços internacionais do petróleo, que se mantiveram em torno de US$ 58 o barril no mercado americano, refletindo o fato de que a produção venezuelana representa menos de 1% do consumo global.









