A evasão escolar e a crescente desconexão da juventude com o mundo do trabalho e dos estudos representam hoje um dos maiores desafios globais. Segundo estimativas da ONU, o prejuízo econômico causado por essa realidade pode ultrapassar US$ 50 bilhões nos próximos cinco anos — um impacto que compromete não apenas o futuro de milhões de jovens, mas também o desenvolvimento sustentável das nações.
O problema é especialmente grave no Brasil, que já ocupa a segunda posição entre os países com maior proporção de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam e não trabalham: a chamada geração “nem-nem”. De acordo com o relatório Education at a Glance 2022, da OCDE, 36% dos jovens brasileiros estão nessa condição — número muito superior à média dos países da organização, que é de 16,6%.
Mais alarmante ainda é que 35% desses jovens afirmam não ter interesse em voltar a estudar ou buscar um emprego, o que revela uma crise profunda de perspectiva e pertencimento.
Educação como Base do Desenvolvimento Humano
Foi diante desse cenário que nasceu o projeto “Histórias de Sucesso”, idealizado por Fabiana Monteiro, empreendedora e mentora de líderes. Criado em 2015, o projeto acredita que a educação é a base do desenvolvimento humano, e aposta no poder da inspiração para mudar realidades.
A proposta é clara: levar às escolas exemplos reais de liderança e superação — histórias de executivos, empreendedores e profissionais que transformaram suas trajetórias por meio do conhecimento, da ética e da persistência.
Em 2025, o projeto completa 10 anos de atuação, tendo impactado diretamente mais de 10 mil alunos de instituições públicas e privadas em todo o Brasil. A série já se tornou referência em educação empreendedora e conexão intergeracional.
“A série se consolidou como uma ponte entre gerações e um modelo inspirador de educação voltada à formação de líderes e empreendedores do futuro.”
O Desafio é Coletivo
A geração “nem-nem” não é um fenômeno isolado. Outros países também enfrentam altos índices, como:
- África do Sul – 46,2%
- Brasil – 36%
- Turquia – 31%
- Colômbia – 27,3%
- Costa Rica – 27%
- Peru – 22,7%
- Grécia – 19,4%
- Itália – 18,6%
- Espanha – 17,7%
Fatores como desigualdade social, defasagem educacional, desmotivação, falta de políticas públicas e baixa empregabilidade agravam esse quadro. Para revertê-lo, é preciso apostar em ações estruturadas, políticas de inclusão educacional e programas que incentivem o protagonismo juvenil.
Iniciativas como o Histórias de Sucesso mostram que é possível transformar esse cenário. Ao oferecer novas referências, criar redes de apoio e ampliar horizontes, o projeto ajuda a reacender nos jovens a esperança — e a certeza de que a educação ainda é o caminho mais eficaz para construir um futuro digno, produtivo e sustentável.
Fontes:
- Insper: A evasão escolar no Brasil pode gerar uma perda de até R$ 214 bilhões por ano.
- Jacobs Consultoria: Durante a pandemia, cerca de 4 milhões de brasileiros abandonaram a escola.
- OCDE – Education at a Glance 2022: Brasil é o 2º país com maior proporção de jovens que não estudam nem trabalham (36%).
- UNESCO: A evasão escolar e lacunas na aprendizagem podem custar até US$ 10 trilhões à economia global.
- Human Rights Watch: Em 2020, 1,4 bilhão de estudantes foram impactados pelo fechamento das escolas em mais de 190 países.