Ex-executivos da Americanas entram na lista vermelha da Interpol

Ação foi feita pela Polícia Federal

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, foi adicionado a lista vermelha de foragidos da Interpol, a polícia internacional, por conta de uma fraude contábil feita para blindar seu patrimônio em meio a crise da empresa. A PF também inseriu na lista Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da empresa.

Ambos já tiveram suas prisões preventivas autorizadas pela justiça. De acordo com a PF, os ex-executivos foram acusados de participar da fraude contábil que chega a R$ 25,3 bilhões. Mandados de busca e apreensão, além de sequestro de bens e valores, também foram decretados e começaram a ser cumpridos nesta quinta-feira (27) – todos somam mais de R$ 500 milhões.

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram”, declara a Polícia Federal em nota divulgada. 

Fraude para proteção

De acordo com as investigações, Miguel Gutierrez fez uma manobra contábil para proteger seu patrimônio pessoal em meio ao escândalo financeiro que assolou a Americanas nos últimos meses. O ex-executivo saiu do cargo e passou a operar “sabendo que o escândalo iria explodir”, segundo informações coletadas.

Os e-mails encontrados na conta institucional de Miguel Gutierrez revelam a criação de um engenhoso esquema societários, com diversas remessas de valores a offshores sediadas em paraísos fiscais“, afirma a PF. É relatado nos autos do inquérito que Gutierrez transferiu seus bens e imóveis em seu nome para empresas de familiares. 

O fato de Miguel Gutierrez ainda permanecer ocultando patrimônio, bem como provavelmente praticando outros atos de ocultação patrimonial, demonstram a contemporaneidade dos ilícitos cometidos, bem como a necessidade de decretação de sua prisão preventiva“, diz a PF em justificativa da prisão preventiva.

Posição da Americanas

A companhia informou em nota que “reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos”.

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