A exportação de carne bovina in natura do Brasil, que já é o maior exportador global do produto, alcançou um novo recorde mensal em setembro, superando a marca anterior registrada em julho deste ano.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta segunda-feira (6), o volume exportado somou 314,7 mil toneladas. O resultado representa um aumento de 25,1% na comparação com setembro do ano passado.
O recorde de embarques foi alcançado mesmo após a imposição de tarifas mais altas pelos Estados Unidos em agosto, um mercado que era o segundo maior destino da carne brasileira. A tarifa imposta por Donald Trump chegou a 76,4% (sendo 50% adicionais à alíquota de 26,4% já existente).
O setor, no entanto, conseguiu contornar o obstáculo por meio da diversificação de mercados. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em meados de setembro, os frigoríficos brasileiros têm aumentado os embarques para a China, que já é a principal importadora do produto nacional, e para outros destinos, como o México.
Especialistas apontam que, em meio à firme demanda global por proteína, a crise se encaixou em um rearranjo do comércio global, impulsionado também pela baixa oferta de animais nos EUA devido a um ciclo de produção restritivo.
Antes da tarifa mais alta entrar em vigor, em julho, o Brasil havia exportado 276,9 mil toneladas, o recorde anterior. Em agosto, o volume de carne in natura exportado já havia caído para 268,6 mil toneladas.
O presidente da Abiec, Roberto Perosa, estimou em setembro que os embarques para os EUA no sétimo mês do ano cairiam drasticamente para cerca de 7 mil toneladas.
A Abiec, contudo, afirma que ainda existe alguma exportação remanescente para o mercado americano, apesar da tarifa elevada, devido à competitividade brasileira e a compromissos anteriores das empresas. Os embarques restantes incluem cortes de maior valor agregado.