A gigante energética americana Exxon Mobil confirmou nesta terça-feira que irá demitir 2.000 trabalhadores em todo o mundo como parte de um plano de reestruturação de longo prazo. A medida, que representa entre 3% e 4% de sua força de trabalho global, soma-se à onda de cortes de empregos que tem atingido a indústria de petróleo e gás ao longo deste ano.
O corte de pessoal faz parte de uma iniciativa contínua de eficiência da empresa, que busca otimizar as operações após a conclusão da compra da Pioneer Natural Resources por US$ 60 bilhões em 2024. A própria empresa justificou o movimento em um comunicado, dizendo: “Percebemos o valor de reunir pessoas no mesmo local… estamos alinhando nossa presença global com nosso modelo operacional e unindo nossas equipes”.
Em novembro do ano passado, a Exxon já havia sinalizado um movimento semelhante ao revelar que cortaria quase 400 empregos no Texas. A empresa empregava 61.000 pessoas globalmente no final de 2024.
O anúncio da Exxon Mobil reflete um cenário de rápida consolidação e pressão econômica no setor de energia. Apenas na segunda-feira, a Imperial Oil (IMO.TO), produtora canadense de xisto da qual a Exxon é acionista majoritária, revelou planos de cortar 20% de sua força de trabalho.
Outras grandes empresas globais de energia também anunciaram milhares de demissões neste ano, à medida que o setor lida com a volatilidade dos preços do petróleo e a consolidação:
- Chevron planeja demitir 15% a 20% de sua força de trabalho global.
- BP disse que cortará mais de 5% de seus empregos.
- ConocoPhillips anunciou cortes de 20% a 25% de seus empregos.
Nos EUA, o mercado de trabalho reflete a crise: estatísticas mostram que os empregos na produção de petróleo e gás caíram 4.700 apenas nos primeiros seis meses deste ano. Uma pesquisa do Federal Reserve Bank de Dallas indicou que a atividade em estados produtores como Texas, Louisiana e Novo México caiu ligeiramente no terceiro trimestre devido a atrasos significativos nas decisões de investimento, causados pela volatilidade dos preços do petróleo.
Os contratos futuros do petróleo Brent de referência caíram cerca de 10,5% no acumulado do ano, impactados pela maior produção da OPEP+ e pela incerteza na demanda global.