O Ministério da Fazenda revisou suas projeções para a inflação no Brasil em 2025 e 2026, conforme divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) nesta quarta-feira (19). A nova estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 é de 4,9%, um aumento em relação à previsão anterior de 4,8%. Para 2026, a projeção passou de 3,4% para 3,5%.
Apesar dessas alterações, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 foi mantida em 2,3%, conforme a projeção de fevereiro. Para 2026, a previsão de crescimento econômico permanece em 2,5%.
A SPE atribuiu a revisão das projeções de inflação a “pequenas alterações marginais no cenário esperado”. Espera-se uma desaceleração nos preços dos alimentos, estabilidade nos custos de serviços e uma aceleração nos preços de bens industriais até o final do ano. Em fevereiro, o IPCA acumulado em 12 meses registrou alta de 5,06%, marcando a primeira vez que a taxa ultrapassou 5% desde setembro de 2023, quando atingiu 5,19%.
A meta de inflação estabelecida pelo Banco Central para 2025 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Portanto, a nova projeção de 4,9% supera o teto da meta, que é de 4,5%.
A manutenção das projeções de crescimento do PIB sugere que o governo espera uma continuidade na recuperação econômica, apesar das pressões inflacionárias. A SPE destacou que a desaceleração da atividade econômica prevista para este ano, após um crescimento de 3,4% em 2024, reflete a redução de estímulos nos mercados de crédito e trabalho, o caráter contracionista da política monetária e as incertezas geopolíticas e comerciais no cenário internacional.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgará sua próxima decisão sobre a taxa de juros nesta quarta-feira, com amplas expectativas de que os membros decidam elevar a Selic em 1 ponto percentual, alcançando 14,25% ao ano. Essa possível elevação já foi sinalizada pela própria autarquia, que indicou a necessidade de ajustes para conter pressões inflacionárias e garantir a estabilidade econômica.