Figma mira avaliação de US$ 16,4 bilhões com recuperação de IPOs 

Figma Busca Avaliação de Até US$ 16,4 Bilhões em IPO na NYSE

Figma/Divulgação

A Figma, empresa de software de design baseado em nuvem, está mirando uma avaliação totalmente diluída de até US$ 16,4 bilhões em sua oferta pública inicial (IPO). A companhia se prepara para estrear na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), em um movimento que pode impulsionar o mercado de listagens de tecnologia, que mostra sinais de recuperação.

A empresa sediada em São Francisco, juntamente com alguns de seus investidores, pretende levantar até US$ 1,03 bilhão com a venda de aproximadamente 37 milhões de ações, com preços estimados entre US$ 25 e US$ 28 por ação, conforme comunicado divulgado nesta segunda-feira. A listagem marca um momento crucial para a Figma, ocorrendo mais de um ano após a frustrada venda para a Adobe por US$ 20 bilhões, que não se concretizou devido a obstáculos regulatórios na Europa e no Reino Unido.

Um recente aumento no mercado de ações e uma série de IPOs bem-sucedidos têm contribuído para reanimar o mercado de ofertas públicas. A expectativa é que as ações da Figma comecem a ser negociadas em um patamar próximo ao da gigante de stablecoins Circle (CRCL.N), que estreou no mercado com ganhos expressivos no mês passado e tem mantido sua trajetória de crescimento.

A Figma, como uma grande empresa de tecnologia com investimentos em bitcoin, já atraiu a atenção nas redes sociais. Documentos da empresa revelam que ela possuía cerca de US$ 70 milhões investidos no fundo negociado em bolsa de bitcoin da Bitwise até 31 de março e planeja alocar mais US$ 30 milhões na criptomoeda. A Figma espera ser listada na NYSE sob o código “FIG”. Morgan Stanley, Goldman Sachs, Allen & Co e JP Morgan estão entre os subscritores da oferta.

No ano passado, a Figma havia sido avaliada em US$ 12,5 bilhões em uma oferta pública que permitiu a funcionários e investidores iniciais realizarem parte de suas participações. A empresa também indicou que pode realizar “grandes mudanças” por meio de fusões e aquisições, com o cofundador e CEO Dylan Field afirmando estar preparado para “tomar decisões que podem não parecer imediatamente racionais”.

A listagem ocorre em um cenário de mudanças no setor de tecnologia. Embora a Figma esteja intensificando seu foco em inteligência artificial (IA), a empresa também alertou que ferramentas de design impulsionadas por IA podem reduzir a dependência de alguns clientes em relação à sua plataforma.

A Figma também destacou que políticas restritivas de imigração podem afetar sua capacidade de contratar talentos, citando ajustes anteriores nas práticas de contratação devido a alterações nas estruturas de avaliação de vistos. A maior parte da receita da empresa em 2024 foi gerada fora dos Estados Unidos, o que a expõe a uma potencial queda na demanda caso clientes internacionais reduzam seus gastos em resposta a tarifas. Novas tensões comerciais também podem aumentar a cautela entre investidores de IPOs, elevando o risco de interrupções.

Nesse contexto, a atenção dos investidores permanece focada em empresas com fundamentos sólidos e um caminho claro para a lucratividade, segundo Leslie Marlow, advogada corporativa da Blank Rome.

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