Novas tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros podem levar a uma desaceleração econômica mais acentuada no Brasil do que a atualmente projetada, segundo uma avaliação preliminar do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Petya Koeva-Brooks, vice-diretora do Departamento de Pesquisa do FMI, explicou que algumas tarifas já existentes – como as que incidem sobre produtos de aço e alumínio – já estão impactando a economia brasileira e foram consideradas na última previsão do Fundo. No entanto, o cenário se agrava com a possibilidade de novas taxações.
“Agora, quando se trata da questão mais ampla do impacto de novas tarifas que foram propostas, nossa avaliação preliminar é que isso levaria a uma desaceleração mais acentuada na atividade do que estamos projetando atualmente”, afirmou Koeva-Brooks durante uma coletiva de imprensa no lançamento da atualização do Panorama Econômico Mundial do Fundo, divulgada nesta terça-feira.
O FMI atualmente prevê que a economia brasileira cresça 2,3% em 2025, uma queda em relação à expansão de 3,4% registrada no ano passado. A vice-diretora do Fundo acrescentou que os produtos que estariam sujeitos a essas tarifas adicionais representam cerca de 1,1 a 1,4 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
O FMI também passou a ver agora um crescimento de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2026, de acordo com seu relatório Perspectiva Econômica Global.
O número representa um aumento de 0,1 ponto percentual em relação à projeção feita no relatório de abril, mas ainda indica uma desaceleração em comparação ao crescimento estimado para 2025, de 2,3%.