O corpo técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu sua visita ao Brasil para a elaboração do relatório Artigo IV, um documento anual que a instituição prepara sobre seus países-membros. Esse relatório é geralmente divulgado no início do segundo semestre.
A equipe do FMI disse que espera que o crescimento modere no curto prazo antes de fortalecer para 2,5% no médio prazo, uma revisão para cima em relação à previsão anterior de 2,0%.
“Nos últimos dois anos, a economia brasileira demonstrou notável resiliência, com a inflação recuando para o intervalo da meta. O corpo técnico do FMI prevê que o crescimento modere no curto prazo, antes de se fortalecer e alcançar 2,5% no médio prazo — uma correção para cima frente aos 2,0% projetados na ocasião das consultas de 2023 ao abrigo do Artigo IV”, afirma o FMI em comunicado à imprensa.
A equipe do Fundo Monetário Internacional avalia que a política monetária tem sido conduzida de forma cuidadosa e tem ajudado a manter a inflação dentro do intervalo da meta. Além disso, elogia o trabalho das autoridades brasileiras para melhorar a posição fiscal do país e reconhece os avanços na agenda de implementação da reforma tributária.
Segundo as últimas projeções do FMI, a economia brasileira deve crescer 2,1% em 2024 e 2,4% em 2025. Já a inflação deve chegar a 3,7% no fim de 2024 e atingir a meta de 3,0% na primeira metade de 2026.
Enquanto a perspectiva de crescimento melhorou em relação à última avaliação no ano passado, a equipe do FMI reconhece que as enchentes no Rio Grande do Sul representam desafios fiscais. No entanto, o documento destaca que o Brasil conta com um sistema financeiro sólido, reservas cambiais suficientes, baixa dependência de endividamento em moeda estrangeira, grandes reservas de caixa do governo e uma taxa de câmbio flexível, todos esses fatores continuam a sustentar a resiliência do país.