Um relatório do Fórum Econômico Mundial lançado hoje mostra como um novo modelo de crescimento no Cerrado poderia gerar US$ 72 bilhões por ano para a economia do Brasil até 2030, equilibrando as medidas de proteção ambiental e, ao mesmo tempo, impulsionando a produção sustentável de alimentos, gerando mais empregos e turismo e explorando as indústrias verdes.
O estudo “Cerrado: Production and Protection” foi realizado pela Tropical Forest Alliance, uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial, baseado nas análises dos dados do Plano de Transformação Ecológica do Brasil, elaborado pela empresa Systemiq, parceira na elaboração do relatório. Por meio de pesquisas abrangentes e entrevistas com especialistas brasileiros, o documento propõe várias soluções, incluindo a agrossilvicultura e a agricultura regenerativa, que criarão condições para a produção de alimentos de forma mais sustentável, aumentando a produtividade e gerando mais empregos.
O Cerrado é um celeiro global, responsável por 60% da produção agrícola do Brasil e 22% das exportações globais de soja, mas recebe muito menos atenção e proteção legal do que a floresta amazônica, o que resultou em um aumento de 43% no desmatamento no ano passado no bioma, em comparação com uma queda de 50% na Amazônia, de acordo com dados do governo. O desmatamento para a produção agrícola já eliminou metade da vegetação nativa do Cerrado e, se as tendências atuais continuarem, os ecossistemas dos quais dependem os negócios de soja, gado, cana-de-açúcar e milho no Brasil sofrerão, causando escassez de alimentos em todo o mundo e grandes prejuízos econômicos.
Jack Hurd, Diretor-Executivo da Tropical Forest Alliance, afirma: “O Cerrado é a maior e mais biodiversa savana do mundo e, por isso, um dos ecossistemas mais importantes do planeta. No entanto, recebe pouca atenção e menos proteção legal do que precisa. Isso resultou em significativa degradação e uso não sustentável da terra, o que representa uma grande ameaça à segurança alimentar de bilhões de pessoas em todo o mundo.”
Segundo Patricia Ellen da Silva, sócia e chefe do escritório da Systemiq no Brasil, “com a presidência do G20 e a COP30 se aproximando, o país tem uma oportunidade única de se posicionar como líder em ações climáticas, revolucionando a forma como a terra é usada no Cerrado – um dos biomas mais importantes do mundo. Segundo ela, “este é um aspecto central do plano de Transformação Ecológica do Brasil, que estabelece uma nova visão para o Cerrado – colocando-o no centro da descarbonização de algumas das maiores indústrias do Brasil, incluindo alimentos, materiais e energia.”
Joaquim Levy, Diretor de Estratégia Econômica do Banco Safra, que escreveu o prefácio do relatório, afirma: “A agricultura no Cerrado é um enorme sucesso, ajudando a alimentar bilhões no mundo todo. Com o fortalecimento do setor, muitas pessoas no Brasil, incluindo os agricultores, acreditam que é a hora certa para reduzir os impactos no meio ambiente, para garantir a sustentabilidade dessa atividade para as próximas gerações”.
Para ter acesso ao relatório completo, basta clicar aqui.