Os ministros das Relações Exteriores dos países membros do G20 alcançaram um consenso inédito em torno de um documento que pede formalmente reformas na Organização das Nações Unidas (ONU), na Organização Mundial do Comércio (OMC) e nas instituições financeiras globais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
De acordo com fontes diplomáticas do governo brasileiro, o texto foi aprovado por todos os chanceleres do G20 e será apresentado na quarta-feira (25) a ministros de pelo menos 90 países que confirmaram participação em uma reunião ampliada do G20, realizada às margens da Assembleia Geral da ONU.
Essa reunião ampliada, realizada em paralelo à Assembleia Geral, é uma iniciativa inédita do Brasil e será oficialmente aberta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa (que presidirá o G20 em 2025), e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
Está previsto que uma declaração conjunta seja divulgada publicamente pelos ministros do G20 logo depois do encontro, que abrirá a palavra a todos os demais países participantes. A declaração, no entanto, é ainda genérica na defesa das reformas e considerada apenas um primeiro passo para esse objetivo.
Os países do G20 não estabeleceram um cronograma para a implementação das reformas e ainda não há consenso sobre detalhes cruciais das mudanças, que precisarão ser debatidos mais profundamente. Mesmo assim, os membros do G20 concordaram, em princípio, em discutir reformas no Conselho de Segurança da ONU — uma das metas do governo Lula —, além de ajustes no secretariado da organização, visando uma representação regional mais equilibrada.
As instituições financeiras globais também passariam por modificações em sua representatividade, com maior peso sendo atribuído, em teoria, aos países em desenvolvimento. Por fim, os países do G20 se comprometeram a revitalizar a Organização Mundial do Comércio (OMC), que permanece praticamente paralisada há anos.
*Com informações de Américo Martins da CNN