Gigante imobiliária tem falência decretada em Hong Kong

Nesta segunda-feira (29), o tribunal de Hong Kong decretou a falência da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande Group, sinalizando uma crise no mercado de construção do país. A juíza Linda Chan optou por liquidar a incorporadora, que acumula mais de US$ 300 bilhões em dívidas e não apresentou um plano de reestruturação concreto, mais de dois anos após inadimplência.

Chan afirmou que “é hora de o tribunal dizer basta”. A Evergrande tentava, há quase dois anos, um plano de reestruturação de dívida de US$ 23 bilhões com um grupo ad hoc de detentores de títulos. A ordem de liquidação pode ser contestada, mas o processo seguirá enquanto aguarda o resultado do recurso.

A decisão do tribunal em Hong Kong é percebida pelo mercado como tendo pouco impacto imediato nas operações da empresa, incluindo projetos de construção de casas, uma vez que pode levar meses ou anos para que o liquidante nomeado pelos credores assuma o controle das subsidiárias na China continental, uma jurisdição diferente.

Fundada em 1996, a Evergrande, que atua em 280 cidades e possui subsidiárias em setores como veículos elétricos, mídia e parques de diversão, alcançou a prosperidade no mercado imobiliário por meio de um endividamento sem precedentes. A elevada dívida, com juros além da capacidade de pagamento, a tornou a maior do setor.

Desde 2021, a empresa estendeu excessivamente seu comprometimento de caixa, e a crise global causada pela pandemia afetou negativamente o faturamento previsto. A decisão do tribunal estabelece um cenário para um processo demorado e complexo, com possíveis considerações políticas, especialmente sobre o reconhecimento da decisão de Hong Kong pelos tribunais chineses.

A juíza Linda Chan designou a Alvarez & Marsal como liquidante, visando o interesse dos credores. Isso ocorre em um momento em que o presidente do conselho de administração da Evergrande, Hui Ka Yan, enfrenta investigações por suspeita de crimes. A liquidação gera incertezas adicionais nos já frágeis mercados de capital e imobiliário da China, enquanto a empresa se esforça para garantir a entrega dos projetos de construção de casas.

Imagem: REUTERS/Tyrone Siu/File Photo/File Photo

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