A General Motors anunciou um corte significativo de empregos em resposta à demanda em desaceleração por seus veículos elétricos (EVs). A montadora irá demitir cerca de 1.200 funcionários de sua fábrica de veículos elétricos em Detroit, segundo informou o Detroit News nesta quarta-feira.
Os cortes de pessoal também se estenderão a outras unidades. A GM deve dispensar 550 trabalhadores em sua fábrica de baterias Ultium, em Ohio, além de realizar a suspensão temporária de outros 850 postos de trabalho.
A notícia surge no momento em que a GM revisa para baixo sua previsão de vendas de EVs. A demanda já estava em ritmo mais lento e foi ainda mais afetada pelo corte de um importante incentivo federal. O crédito fiscal de US$ 7.500 para modelos movidos a bateria deixou de existir no final de setembro. Além disso, o afrouxamento das regulamentações federais sobre emissões de veículos contribuiu para o enfraquecimento das vendas de carros elétricos.
A baixa contábil de US$ 1,6 bilhão anunciada pela General Motors no início de outubro de 2025 foi um “item especial” lançado no balanço do terceiro trimestre (3T25), refletindo uma revisão estratégica nos planos de eletrificação da empresa.
A despesa foi motivada pela expectativa da GM de que os volumes de venda de veículos elétricos (EVs) serão inferiores ao planejado devido às novas condições de mercado e às mudanças no ambiente regulatório e político nos EUA.
A maior parte dessa perda (cerca de US$ 1,2 bilhão) é composta por perdas não monetárias e outras despesas ligadas a ajustes na capacidade de produção de EVs, incluindo:
- Redução no valor de ativos de baterias.
- Reavaliação de linhas de montagem.
- Cancelamento ou liquidação de contratos com fornecedores relacionados a EVs.
A companhia projeta que os desafios políticos e regulatórios podem gerar um impacto total no resultado final que varia entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões neste ano. Um fator crucial para a mudança de estratégia da GM foi o encerramento do crédito fiscal federal de US$ 7.500 concedido aos consumidores na compra de veículos elétricos novos.
O fim do crédito é visto por analistas e pela própria GM como um forte freio na demanda por EVs no curto prazo. Para consumidores de baixa renda, o incentivo representava um desconto que podia chegar a até 20% do valor do carro, tornando o EV menos atrativo.









