O banco de investimentos Goldman Sachs voltou a revisar para cima suas estimativas de recessão nos Estados Unidos, elevando a probabilidade de retração econômica de 35% para 45%. É a segunda vez em uma semana que a instituição ajusta sua projeção, em meio ao aumento das tensões comerciais globais impulsionadas pela postura do presidente norte-americano Donald Trump.
No início da semana anterior, o Goldman já havia elevado suas estimativas de 20% para 35%, diante do temor de que as tarifas planejadas por Trump contra a China e outros parceiros comerciais afetassem negativamente a economia global. Poucos dias depois, o presidente anunciou tarifas ainda mais altas do que o esperado, intensificando as preocupações dos mercados e provocando uma onda de liquidações nas bolsas internacionais.
A revisão do Goldman se soma ao coro crescente de bancos e analistas que veem o risco de recessão nos Estados Unidos como cada vez mais concreto, à medida que a guerra comercial se intensifica e o impacto sobre o comércio e os investimentos globais se agrava.
A intensificação da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos levou ao aumento generalizado nas estimativas de risco de recessão por parte dos principais bancos de investimento. Desde os anúncios mais recentes do presidente norte-americano Donald Trump sobre novas tarifas, pelo menos sete grandes instituições financeiras elevaram suas previsões, refletindo o temor de impactos profundos sobre a economia global.
O JPMorgan passou a estimar em 60% a probabilidade de uma recessão tanto nos Estados Unidos quanto no cenário internacional. O banco avalia que as tarifas não apenas devem pressionar a inflação americana, como também podem provocar medidas retaliatórias de parceiros comerciais, como a China — que já anunciou contra-ataques.
O Goldman Sachs, por sua vez, atualizou suas projeções no domingo (7), elevando o risco de recessão nos EUA para 45% e reduzindo sua expectativa de crescimento econômico para 2025 de 1,5% para 1,3%. Apesar da revisão, a previsão ainda é mais otimista do que a do Wells Fargo Investment Institute (WFII), que projeta um crescimento de apenas 1%. Já o JPMorgan prevê uma contração de 0,3% na atividade econômica dos EUA, em termos trimestrais.
O Goldman ainda espera que o Federal Reserve corte as taxas de juros em 25 pontos-base cada em três reuniões consecutivas. No entanto, agora espera que a primeira delas ocorra em junho, não em julho. Anteriormente, esperava-se que o Fed reduzisse as taxas duas vezes neste ano, de sua taxa básica de juros atual de 4,25%-4,50%.