Governança corporativa é desafio para startups

Estudo da PwC mapeou a construção da governança corporativa em startups do agronegócio

Uma pesquisa feita pela consultoria PwC Brasil investigou se as startups de agronegócio estão atendendo às expectativas dos investidores no quesito governança corporativa. Os resultados apresentados são baseados em respostas fornecidas por 33 empreendedores do agronegócio e 37 investidores a um questionário elaborado de acordo com o framework detalhado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) na publicação “Governança corporativa para startups & scale-ups”.

O estudo foi dividido por fases das startups e práticas atendidas durante o período. A primeira fase é o processo de Ideação, onde foi identificado que
metade das empresas nesta fase cumpre as práticas de governança esperadas na categoria de Estratégia e sociedade e também adota algumas práticas não esperadas. A outra metade não adota, no mínimo, as práticas esperadas. A expectativa dos investidores em relação às práticas dessa categoria é baixa. Apenas 30% esperam que a empresa já tenha definida a forma de contribuição dos sócios e suas expectativas em relação à empresa.

Já na fase de Validação, um terço das startups do setor do agronegócio participantes da pesquisa estão em desacordo com a recomendação do framework nesta fase em relação ao pilar de Estratégia e sociedade. Isso ocorre porque elas não cumprem a prática prevista no processo de evolução da startup, que é a formalização do contrato social. A expectativa de 38% dos investidores é que as startups tenham desenhado o estatuto (ou contrato social) e o acordo de sócios de acordo com a estrutura societária adequada ao momento da startup, e que esses documentos estejam assinados e formalizados nos órgãos competentes.

A terceira fase analisada, conhecida como Tração, apresenta apenas 25% dos respondentes praticam o que é esperado neste pilar. A maior parte deles (19%) já adota práticas avançadas, como processos formais de revisão da estratégia e de gestão de riscos. Cerca de 40% dos investidores têm expectativa de ver adotadas as práticas recomendadas neste pilar pelas empresas em fase de tração. Além disso, 41% esperam práticas ainda mais avançadas relacionadas à gestão de riscos e a aspectos de ética e conduta.

A última fase, a Escala, contém apenas um quarto das startups na fase adotando todas as práticas recomendadas para esse pilar e apresenta mecanismos de governança com nível alto de maturidade. Metade tem código de ética e conduta formalizado, justamente o item com maior expectativa dos investidores (38% de indicações).

No mundo dos negócios, governança corporativa é definida pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) como “o sistema formado por princípios, regras, estruturas e processos pelos quais as organizações são dirigidas e monitoradas”. Os benefícios da governança corporativa envolvem melhorias na gestão, facilidade de acesso a recursos financeiros, prevenção de fraudes e monitoramento de riscos. A conclusão do estudo foi que muitas empresas ainda não desenvolveram estratégias em gestão de pessoas e recursos.

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