O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira o embaixador André Corrêa do Lago como presidente da COP30, que será realizada em Belém em novembro deste ano. Ana Toni, secretária do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ocupará a carga de secretária-executiva do evento.
Em uma entrevista coletiva após o anúncio, Corrêa do Lago afirmou que o governo brasileiro está monitorando as decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incluindo a recente retirada dos EUA do Acordo de Paris, destacando que essa medida poderá ter um impacto significativo na preparação da conferência.
Um dos principais desafios de Corrêa é a revisão das metas climáticas de todos os países que assinaram o Acordo de Paris, exatamente 10 anos depois de o tratado ter sido fechado na capital francesa.
O segundo desafio destacado por André Corrêa do Lago refere-se ao financiamento das ações contra as mudanças climáticas, uma questão que tem gerado intensos debates, mas poucos avanços concretos nas últimas Conferências das Partes (COPs). Essas discussões ocorreram, por exemplo, nas edições anteriores realizadas em Sharm el-Sheik, no Egito, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e em Baku, no Azerbaijão, sem que um consenso eficaz fosse alcançado para garantir recursos suficientes e acessíveis aos países em desenvolvimento.
Nestes dois casos, a missão de André Corrêa do Lago e do Brasil tornou-se significativamente mais solicitada com a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, anunciada na segunda-feira (20) pelo presidente Donald Trump.
Corrêa do Lago, que desempenhou o papel de principal negociador brasileiro nas últimas cúpulas do clima realizadas em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (2023), e em Baku, no Azerbaijão, terá de lidar com a ausência de uma das maiores economias globais e tradicionais financiadora de ações climáticas no cenário internacional.
