O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja captar US$ 2 bilhões para financiar projetos com foco em sustentabilidade por meio de um novo leilão a ser anunciado nesta segunda-feira. A iniciativa integra o programa Eco Invest Brasil e terá como prioridade projetos de recuperação de pastagens degradadas.
De acordo com o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, o Brasil possui o potencial para implementar o maior programa de restauração de terras do planeta. Este novo leilão representa a modalidade de “financiamento misto” do Eco Invest, que busca unir capital público e privado para diminuir os custos de financiamento, incentivar iniciativas sustentáveis no setor privado e mitigar a exposição ao risco cambial.
O anúncio oficial do leilão será realizado nesta segunda-feira pelos ministérios da Fazenda, Agricultura e Meio Ambiente. Embora o valor exato não tenha sido divulgado para preservar a competitividade entre as instituições financeiras, a expectativa é que o leilão disponibilize cerca de US$ 1 bilhão em capital catalítico proveniente do Fundo Climático, com uma exigência de alavancagem de, no mínimo, uma vez e meia, conforme informou o secretário.
As instituições financeiras que oferecerem a maior alavancagem de capital privado serão as vencedoras do leilão. Dessa forma, caso a iniciativa seja bem-sucedida, pelo menos US$ 500 milhões em recursos privados se somariam ao US$ 1 bilhão do Fundo Climático, total que pode ser ainda maior dependendo da disputa entre as instituições.
Ceron expressou otimismo em relação ao apetite por alavancagem, estimando que o financiamento total possa alcançar US$ 2 bilhões, com US$ 1 bilhão em capital público e US$ 1 bilhão em recursos privados. O secretário do Tesouro também destacou que ao menos 60% do capital alavancado deverá ser proveniente de captação de recursos estrangeiros, com os 40% restantes podendo vir de fontes nacionais.
Este novo leilão está inserido no plano de transformação ecológica do governo e tem o potencial de impulsionar o Programa Nacional de Reconversão de Pastagens Degradadas, lançado em 2023. O programa visa a recuperação de terras com baixa produtividade e a expansão das áreas de produção de alimentos sem que haja aumento do desmatamento.