O Governo do Distrito Federal (GDF) confirmou, nesta terça-feira, a nomeação de Celso Eloi Cavalheiro como o novo presidente do Banco de Brasília (BRB). A informação foi divulgada pela assessoria do governador Ibaneis Rocha (MDB), e a nomeação ocorre em um momento de turbulência na cúpula da instituição.
Cavalheiro assume o comando do BRB após o afastamento judicial, também nesta terça-feira, do presidente Paulo Henrique Costa e do diretor financeiro do banco. O novo presidente é superintendente da Caixa Econômica Federal em Brasília, onde atua desde 1990, acumulando mais de três décadas de experiência em gestão bancária e administração pública.
O afastamento dos executivos se deu no âmbito de uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) em meio à crise que envolve o Banco Master. O BRB informou, em nota, que a determinação judicial tem validade de 60 dias e ressaltou que não há ordem de prisão contra seus dirigentes. O banco afirmou ainda que “sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência” e que fornece regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master.
O afastamento dos executivos do BRB ocorre no ponto máximo de tensão desde a tentativa fracassada de adquirir o Banco Master no início de 2025. A operação, avaliada em cerca de R$ 2 bilhões, previa que o BRB assumisse 58% do capital da instituição controlada por Daniel Vorcaro, buscando expandir sua atuação no mercado nacional.
No entanto, o negócio foi alvo de intensos questionamentos por reguladores, especialistas e o mercado financeiro, que consideravam a avaliação do Master excessivamente alta, dada a composição de seus ativos, marcada por um grande volume de precatórios. Em setembro, a diretoria colegiada do Banco Central (BC) vetou a aquisição, concluindo que o BRB não demonstrou a viabilidade econômico-financeira necessária para absorver os riscos do conglomerado.
A crise se agravou dramaticamente nesta semana, culminando com a decretação, pelo Banco Central, da liquidação extrajudicial do Banco Master e a indisponibilidade dos bens de seus controladores, o que forneceu o contexto para as investigações da PF.









