O governo liderado por Javier Milei, que assumiu a presidência na Argentina no último domingo (10), postergou para terça-feira (12) a divulgação pormenorizada das medidas econômicas destinadas a conter os gastos públicos. O recém-designado porta-voz do governo fez sua primeira aparição nesta segunda-feira (11) para comunicar em nome da administração. Enquanto isso, o ministro da economia, Luis Caputo, foi encarregado de anunciar as medidas, com previsão de ocorrer nesta terça-feira.
Milei já delineou os principais pontos do plano para reduzir o déficit público. O novo presidente planeja implementar cortes substanciais de despesas, totalizando 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Essas medidas impactarão diretamente subsídios, abrangendo aqueles que incidem sobre os preços de energia, combustíveis e transporte público.
Uma das medidas que deve integrar o pacote de ajuste é a desvalorização do câmbio oficial, com a proposta de fixar o dólar comercial em cerca de 600 pesos. Contudo, conforme relatado pelo Clarín na semana passada, a taxa de câmbio oficial poderia sofrer um acréscimo adicional de 30% referente ao imposto PAIS (sigla para “Por uma Argentina Inclusiva e Solidária”). Dessa forma, o novo valor do dólar, caso o imposto seja aplicado, estaria estimado entre 700 e 800 pesos.
Em seu discurso de posse no domingo, o recém-empossado presidente argentino, Javier Milei, destacou a escassez de recursos financeiros e alertou para a iminência de um “choque” econômico no país.
Segundo informações do jornal Ambito Financiero, o plano econômico delineado por Milei possui quatro pilares fundamentais: a implementação de um rigoroso ajuste fiscal visando atingir rapidamente o déficit zero, uma significativa desvalorização da taxa de câmbio oficial, o término do controle de preços e a eliminação dos passivos remunerados do Banco Central.
Na semana anterior à posse de Milei, o jornal Clarín noticiou que a versão circulante nos círculos mais próximos ao presidente contemplava 14 medidas, inclusive privatizações.