Após reduzir as dívidas contraídas durante o período pandêmico, o Grupo Madero, chefiado por Junior Durski, considera antecipar o plano de expansão de 2025 para 2024, e caso obtenha sucesso, abrir o capital em um eventual IPO.
A companhia, dona dos restaurantes Madero, Jerônimo e Dundee, encerrou o terceiro trimestre de 2023 com uma dívida líquida de R$ 834 milhões. Em julho, a companhia repactuou mais da metade desse valor, R$ 435 milhões, com bancos e debenturistas, barateando o montante e alongando prazos. Em outubro, deu mais um passo para a redução de seu endividamento e levantou R$ 150 milhões com a emissão de certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).
O Madero desistiu de captar recursos em Bolsa, via IPO, no começo de 2022, mas diz que já está com tudo pronto para retomar a oferta. A decisão ainda depende do aval do sócio estrangeiro, o fundo americano Carlyle, e de alguns bancos, que aguardam uma estabilidade do mercado e melhores condições de compra e venda.
Para a Bloomberg Línea, o chef Junior Durski, relatou em entrevista que enxerga a possibilidade de um eventual IPO com um valuation acima de de R$ 3,5 bilhões. Esse número representa o valor múltiplo aproximado de 7x o Ebitda projetado.
O Madero opera com um modelo de negócio verticalizado, no qual produz os próprios ingredientes. Isso significa que a empresa controla diversas etapas da cadeia de suprimentos, desde a produção dos alimentos até a sua distribuição nos restaurantes. Uma parte importante desse modelo é a presença de uma cozinha central do grupo, localizada no Paraná.
Atualmente, esse número representa quase o dobro do total de unidades existentes. Isso sugere que a capacidade de produção da cozinha central é substancialmente maior do que a demanda atual, o que pode validar os planos de expansão da rede de restaurantes no futuro.