HP planeja cortar cerca de 6.000 empregos até 2028

A HP Inc anunciou nesta terça-feira (25) um plano de reestruturação global que prevê o corte de 4.000 a 6.000 postos de trabalho em todo o mundo até o ano fiscal de 2028.

A medida faz parte de uma iniciativa mais ampla para otimizar as operações da gigante de tecnologia e acelerar a adoção da Inteligência Artificial (IA) no desenvolvimento de produtos, melhoria da satisfação do cliente e aumento da produtividade interna. A notícia impactou o mercado, e as ações da empresa sediada em Palo Alto, Califórnia, caíram 5,5% nas negociações após o fechamento do mercado.

Durante uma teleconferência com a imprensa, o CEO da HP, Enrique Lores, detalhou que os cortes de empregos afetarão as equipes focadas em desenvolvimento de produtos, operações internas e suporte ao cliente.

“Esperamos que esta iniciativa gere uma economia bruta anual de US$ 1 bilhão ao longo de três anos,” acrescentou Lores, destacando o benefício financeiro da reestruturação.

Vale lembrar que, em fevereiro, a HP já havia dispensado entre 1.000 e 2.000 funcionários adicionais, como parte de um plano de reestruturação anunciado anteriormente.

A demanda por PCs com IA integrada continua a crescer, representando mais de 30% das remessas da HP no quarto trimestre encerrado em 31 de outubro. Contudo, a HP se prepara para enfrentar ventos contrários nos custos.

Analistas do Morgan Stanley alertaram que o esforço global das grandes empresas de tecnologia para construir infraestrutura de IA tem provocado uma alta nos preços de chips de memória — como DRAM e NAND — impulsionada pela crescente demanda de data centers. Este cenário pode aumentar os custos e pressionar os lucros de fabricantes de eletrônicos de consumo como HP, Dell e Acer.

O CEO Lores confirmou que a HP espera sentir o impacto deste aumento de preços no segundo semestre do ano fiscal de 2026, com a expectativa de aumentos ainda maiores nos preços dos chips. A empresa afirmou ter estoque suficiente para o primeiro semestre.

“Estamos adotando uma abordagem prudente em relação às nossas projeções para o segundo semestre, ao mesmo tempo em que implementamos ações agressivas, como qualificar fornecedores de menor custo, reduzir as configurações de memória e tomar medidas de redução de preços”, disse Lores sobre a estratégia para mitigar os custos.

Em meio ao cenário de reestruturação e alta de custos, as projeções financeiras da HP ficaram aquém das expectativas de Wall Street. De acordo com dados compilados pela LSEG, a empresa prevê um lucro ajustado por ação (LPA) para o ano fiscal de 2026 entre US$ 2,90 e US$ 3,20. O valor máximo está abaixo da estimativa média dos analistas, que era de US$ 3,33.

Para o primeiro trimestre, a HP projeta um LPA ajustado entre 73 e 81 centavos de dólar, com o ponto médio também ficando ligeiramente abaixo da estimativa de 79 centavos por ação.

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